Saber escrever é uma das prioridades para a recuperação das aprendizagens dos alunos

Ministério divulga orientações em que se identificam aprendizagens que têm obrigatoriamente de ser recuperadas sob pena de os alunos não conseguirem progredir.

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Pandemia vai continuar a condicionar funcionamento das escolas Paulo Pimenta

Saber escrever é uma das aprendizagens que o Ministério da Educação (ME) aponta como prioridade no processo de recuperação que ocupará as primeiras cinco semanas do próximo ano lectivo. Conforme já antecipado pelo PÚBLICO, o ministério divulgou, nesta quarta-feira, um “roteiro” com orientações para a recuperação de aprendizagens que tenham ficado perdidas devido à pandemia de covid-19, no qual identifica quais destas “possam vir a impedir o aluno de progredir”.

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Saber escrever é uma das aprendizagens que o Ministério da Educação (ME) aponta como prioridade no processo de recuperação que ocupará as primeiras cinco semanas do próximo ano lectivo. Conforme já antecipado pelo PÚBLICO, o ministério divulgou, nesta quarta-feira, um “roteiro” com orientações para a recuperação de aprendizagens que tenham ficado perdidas devido à pandemia de covid-19, no qual identifica quais destas “possam vir a impedir o aluno de progredir”.

Com base nas chamadas Aprendizagens Essenciais, que vieram substituir as metas curriculares mais extensas, o ME aponta alguns exemplos das que não deverão ser descuradas no processo de recuperação que ocupará o início do ano lectivo e cuja consolidação se deverá prolongar ao longo de 2020/2021, insiste o ME.

É neste exercício que a escrita ganha relevo nas pistas apontadas para o 2.º e 6.º ano de escolaridade. Para os mais novos pretende-se que escrevam “correctamente palavras com todos os tipos de sílabas, com utilização correcta dos acentos gráficos e do til” de modo a que possam prosseguir “o processo de consolidação, de desenvolvimento e compreensão da linguagem escrita”.

Em relação ao 6.º ano explicita-se que no ano anterior os alunos deveriam ter aprendido a “escrever textos organizados em parágrafos, de acordo com o género textual que convém à finalidade comunicativa (texto de características expositivas e texto de opinião; notícia; carta; e-mail)”.  Alerta o ministério que, com “a mudança repentina para o ensino à distância”, esta competência “poderá não ter sido desenvolvida”, sendo que é “essencial ao desenvolvimento” de uma das aprendizagens essenciais de Português para o 6.º ano: “intervir em blogues e em fóruns, por meio de textos adequados ao género e à situação de comunicação”.

No documento agora divulgado, o ME alerta que a selecção da matéria por parte das escolas e dos professores “não deverá ser feita numa lógica de adição de conteúdos, mas na definição do que é estruturante para a aquisição de novas aprendizagens”.

Trabalho autónomo

Neste roteiro frisa-se também que as escolas deverão estar preparadas para transitarem entre o regime presencial e o regime não presencial, de forma não disruptiva” e que, por isso, no seu plano de actuação “deverá ser privilegiado o trabalho autónomo dos alunos, através do acesso a recursos disponibilizados na plataforma de aprendizagem online da escola”.

“Paralelamente, deverão ser disponibilizadas ferramentas de comunicação seguras que permitem estabelecer interacção entre alunos e entre alunos e professores”, acrescenta-se antes de se chamar a atenção para o seguinte: “No quadro do actual contexto educativo, assume particular relevância o desenvolvimento do trabalho autónomo por parte dos alunos”. O que poderá passar por ser o próprio estudante a elaborar um “diagnóstico” das suas necessidades. Alguns exemplos do que poderá ser apontado pelos estudantes. “Tenho ainda dificuldade em: escrever correctamente as palavras; compreender o que ouço na televisão; compreender o que leio na rua (…)”.

Também é aconselhado o desenvolvimento de acções de “cidadania activa” para colmatar a situação de isolamento social em que os “os alunos foram confrontados com insuficiente participação em actividades promotoras de análise e discussão de ideias e de construção de consensos. Poderão tentar, por exemplo, através de inquéritos e publicações, “identificar situações-problema do quotidiano da sua comunidade (ex.: transportes, biodiversidade, incêndios, etc.), pesquisar as soluções que foram encontradas e apresentar uma análise crítica, seja em suporte digital ou físico.

Neste documento de 51 páginas, o capítulo final é dedicado à avaliação externa. E aí fica a saber-se que os exames nacionais do ensino secundário deverão em 2021 repetir a estrutura adoptada este ano com o objectivo de “mitigar” os efeitos da pandemia de covid-19 nos resultados dos alunos.