Despesa de Portugal em ciência volta a aumentar em 2019
Dados provisórios do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional revelam que em 2019 Portugal investiu mais 218 milhões de euros em investigação e desenvolvimento do que em 2018. Há também mais cientistas no país.
A despesa total em investigação e desenvolvimento (I&D) atingiu em 2019 “um novo máximo histórico” de 2987 milhões de euros, o que é superior aos 2771 milhões de euros investidos em 2009 (o valor mais alto até agora em termos de dinheiro investido), anuncia em comunicado esta quarta-feira o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Estes valores provêm dos dados provisórios do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN). Relativamente aos valores de 2018, foram investidos mais 218 milhões de euros. O aumento é sobretudo expressivo nas empresas, cujo investimento aumentou 10% entre 2018 e 2019.
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A despesa total em investigação e desenvolvimento (I&D) atingiu em 2019 “um novo máximo histórico” de 2987 milhões de euros, o que é superior aos 2771 milhões de euros investidos em 2009 (o valor mais alto até agora em termos de dinheiro investido), anuncia em comunicado esta quarta-feira o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Estes valores provêm dos dados provisórios do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN). Relativamente aos valores de 2018, foram investidos mais 218 milhões de euros. O aumento é sobretudo expressivo nas empresas, cujo investimento aumentou 10% entre 2018 e 2019.
Publicados pela Direcção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC), os resultados do IPCTN mostram que a despesa total em investigação e desenvolvimento atingiu no ano passado os 2987 milhões de euros, o que representa 1,41% do produto interno bruto (PIB).
“Os dados reforçam a tendência de crescimento verificada desde 2016, confirmando o processo de convergência com a Europa”, assinala-se no comunicado do Ministério da Ciência. O investimento total feito em investigação e desenvolvimento em 2019 ultrapassa em 218 milhões de euros os valores de 2018, aumentando assim 8%. A despesa total em ciência tem vindo a aumentar todos os anos desde 2015, quando representava cerca de 1,2% do PIB.
Ao investir em ciência 2987 milhões de euros em 2019, Portugal atinge então um “novo máximo histórico” na sua despesa total em investigação e desenvolvimento. O maior valor investido tinha sido em 2009 com 2771 milhões de euros, quando a I&D representava então 1,64% do PIB, o maior valor alguma vez atingido.
O comunicado realça que o crescimento da despesa em investigação e desenvolvimento é particularmente expressivo no sector das empresas, onde houve um crescimento de 10% em 2019 (isto é, mais 144,4 milhões de euros) em relação a 2018. Relativamente a 2015, o aumento foi de 51%. O crescimento associado à despesa em investigação e desenvolvimento pelas empresas representa agora 0,74% do PIB e, em 2015, era 0,58% do PIB. Contudo, em 2009, já tinha atingido 0,75% do PIB.
“O aumento da despesa privada em I&D reflecte o crescimento do emprego qualificado nas empresas e o esforço do sector privado em acompanhar o desenvolvimento científico e a capacidade tecnológica instalada em Portugal”, lê-se no comunicado. Em 2019, a despesa das empresas em I&D representou 53% do investimento total – o valor total investido pelas empresas foi cerca de 1569 milhões de euros.
Quanto à despesa do sector do ensino superior, houve um investimento de 1209 milhões de euros, o que também é “um novo máximo histórico”, de acordo com o comunicado, que adianta que este é o segundo ano consecutivo que a despesa das empresas ultrapassa a despesa pública. O aumento no ensino superior relativamente a 2018 foi de cerca de 5% (isto é, mais 56 milhões de euros) e representa cerca de 0,57% do PIB.
As várias metas
Também para o número de investigadores na população activa se refere que houve outro “máximo histórico” no ano passado. Em 2019, havia cerca de dez investigadores por cada mil pessoas activas. Em 2018 eram 9,1 em cada mil activos, em 2017 eram 8,6 e em 2016 eram oito. Já em 2015 o número de investigadores na população activa era de 7,4 em cada mil pessoas activas.
Em valores absolutos, foram registados 50.431 investigadores medidos em equivalente a tempo integral (ETI). Houve assim um aumento de cerca de 2779 em relação a 2018 (ou seja, um crescimento de 6%) e mais 11.759 desde 2015 (isto é, mais 30%).
No ensino superior estão 29.027 investigadores em ETI, o que representa 58% do total. Já nas empresas contaram-se 19.283 investigadores, perfazendo 38% do total. O número de investigadores nas empresas aumentou 2537, representado uma subida de 15% entre 2018 e 2019 e de 64% desde 2015 (quando eram 11.785 investigadores), frisa-se. Por fim, no sector do Estado (onde se incluem os laboratórios do Estado) contabilizaram-se 1591 investigadores em ETI no ano passado, sendo 3% do total. Em 2015, eram 1351.
Sobre o total de recursos humanos em actividades de investigação e desenvolvimento (ou seja, investigadores, técnicos e outros profissionais), adianta-se que, em 2019, se atingiram 12 pessoas por cada mil habitantes activos. Portanto, chegou-se às 62.517 pessoas no ano passado.
Como estes ainda são os dados provisórios do IPCTN, no comunicado diz-se que os dados definitivos serão “oportunamente divulgados pela DGEEC após validação final de todos os resultados desta operação estatística”.
Em 2017, num cenário avançado pelo Ministério da Ciência, havia o objectivo de se atingir um nível de investimento global em I&D em 2022 de 2,15% do PIB. Já no final de 2018, a meta anunciada foi reformulada e apontava-se para a possibilidade de se chegar a 1,7% do PIB em 2019. Mas, o mais ambicioso de todos os planos foi um apresentado em 2017 pelo primeiro-ministro, António Costa, que anunciou a intenção de se passar dos 1,29% do PIB em 2016 para (pelo menos) 2,7% em 2020. Qualquer um destes cenários seria sempre um máximo histórico do PIB.