A famosa chuva de estrelas de Verão está aí

Esta quarta-feira a chuva de meteoros das Perseidas atinge a sua actividade máxima. Ainda que em Portugal esse momento ocorra durante o dia, vale a pena olhar para o céu até ao dia 24 de Agosto.

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As perseidas observadas a 13 de Agosto de 2019 em Israel Amir Cohen/Reuters

Prepare-se para assistir nos próximos dias a um dos espectáculos astronómicos mais esperados do Verão: a chuva de estrelas das Perseidas. Basta procurar um local com pouca luminosidade, situar a constelação de Perseu, acima do horizonte na zona Nordeste, e esperar que os pontinhos luminosos irrompam do céu. De acordo com o Observatório Astronómico de Lisboa, o melhor período para observar as perseidas ocorre entre as 22h de 12 de Agosto e as 00h30 do dia 13, sendo visíveis até 24 de Agosto. Mas não são as únicas. Também as estrelas cadentes das aquáridas, emergentes da constelação do Aquário, têm sarapintado o céu desde o dia 12 de Julho, numa chuva que se prolonga até 23 de Agosto.

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Prepare-se para assistir nos próximos dias a um dos espectáculos astronómicos mais esperados do Verão: a chuva de estrelas das Perseidas. Basta procurar um local com pouca luminosidade, situar a constelação de Perseu, acima do horizonte na zona Nordeste, e esperar que os pontinhos luminosos irrompam do céu. De acordo com o Observatório Astronómico de Lisboa, o melhor período para observar as perseidas ocorre entre as 22h de 12 de Agosto e as 00h30 do dia 13, sendo visíveis até 24 de Agosto. Mas não são as únicas. Também as estrelas cadentes das aquáridas, emergentes da constelação do Aquário, têm sarapintado o céu desde o dia 12 de Julho, numa chuva que se prolonga até 23 de Agosto.

Todos os anos, nos meses de Julho e Agosto, a órbita da Terra cruza-se com um rasto de fragmentos do cometa Swift-Tuttle, descoberto em 1862 pelos astrónomos norte-americanos Lewis Swift e Horace Parnell Tuttle. Quando as poeiras deixadas pelo cometa penetram na atmosfera da Terra, tornam-se incandescentes e desintegram-se. Desta forma, são criados os rastos luminosos no céu, que conhecemos por estrelas cadentes – neste caso, as Perseidas, emanadas da constelação de Perseu (uma espécie de Y invertido entre a constelação de Cassiopeia e o horizonte).

O cometa Swift-Tuttle, com um núcleo de 26 quilómetros de diâmetro – mais do dobro do objecto que terá levado à extinção dos dinossauros –, passa mais próximo do Sol a cada 133 anos. A última viagem perto do Sol foi em 1992. Em 2125, a aproximação repete-se.

O astrónomo Máximo Ferreira, director do Centro Ciência Viva de Constância, explica como podemos confirmar se uma determinada estrela cadente é uma Perseida: “Basta verificar o sentido do deslocamento do traço luminoso e imaginar o sentido inverso. Se assim chegarmos à constelação de Perseu, trata-se de uma Perseida. Caso contrário, diz-se ser um ‘meteoro esporádico.’” No entanto, sublinha que o fenómeno pode ser visto em qualquer ponto do céu e não necessariamente junto ao ponto da constelação de onde parece sair o traço luminoso (o radiante).

Desde 17 de Julho que as Perseidas são visíveis, porém o período de intensidade máxima decorre entre as 14h e as 17h de 12 de Agosto, não sendo assim possível de observar em Portugal. Estima-se que durante o período de observação, entre 17 de Julho e 24 de Agosto, haja uma média de 110 meteoros por hora.

O Centro Ciência Viva de Constância programou duas sessões de observação das Perseidas: uma já esta quarta-feira na margem direita do rio Tejo, após um percurso pedestre a iniciar às 21h; e outra nas próprias instalações do centro entre as 21h30 e as 00h de 15 de Agosto. Na última sessão, serão igualmente observados os planetas Júpiter e Saturno.

Também a chuva de meteoros nocturna das Aquáridas é possível de observar desde 12 de Julho, tendo atingido o pico a 29 de Julho. O seu nome deve-se ao facto de estes traços luminosos parecerem sair do radiante da constelação do Aquário. Como esta constelação só nasce depois da meia-noite, a Sudeste, só a partir daí é possível ver esta chuva de estrelas, prolongando-se até 23 de Agosto. “O número de traços luminosos a sulcar o céu é maior nas Perseidas do que nas Aquáridas e é tanto maior quanto mais escuro for o local de observação”, diz Máximo Ferreira. E os números comprovam-no. No período de visibilidade das Aquáridas, esperam-se 25 meteoros por hora.

Desconhece-se o cometa que dá origem à chuva de estrelas das Aquáridas, contudo suspeita-se de que seja o 96P/Machholz, descoberto pelo astrónomo amador norte-americano Donald Machholz em 1986. Este cometa orbita o Sol uma vez em cada cinco anos e possui um núcleo com um diâmetro de cerca de seis quilómetros e meio.

O que é feito do cometa Neowise?

O céu de Verão deste ano teve uma grande novidade. A 27 de Março descobriu-se um novo cometa graças ao telescópio da espacial WISE (da NASA) – o Neowise. Vindo provavelmente dos confins da nuvem de Oort, este corpo celeste – com cerca de cinco quilómetros de comprimento – atingiu o ponto mais perto do Sol a 3 de Julho e a 23 desse mês passou mais próximo do nosso planeta.

Até ao final de Agosto será possível avistá-lo a olho nu, mas com um brilho que tende a diminuir à medida que os dias passam. Por esta altura (meados de Agosto), já não é fácil de ver e nem toda a gente terá essa sorte.

“O cometa Neowise nunca foi facilmente observável a olho nu, tendo a sua imagem sido registada com máquinas fotográficas simples ou com câmaras acopladas a telescópios”, explica Máximo Ferreira. “O seu fraco brilho faz com que só seja alcançável através de telescópios com bons poderes de captação de luz”, refere o astrónomo.

O Neowise, que “se passeia” actualmente na fronteira da constelação da Coroa Boreal com a do Boieiro, só se mostrará novamente à Terra daqui a cerca de sete mil anos.

Texto editado por Teresa Firmino