Por terras de Albufeira, trocar a praia por um castelo
Foram retomadas as visitas orientadas ao Castelo de Paderne, uma fortificação do séc. XII, erguida em taipa militar, de importância singular: é um dos sete castelos representados na bandeira portuguesa.
A praia pode estar muito boa, mas em tempo de férias pelo Algarve pode também ser boa ideia mergulhar na história da região e descobrir que é muito mais do que só o sol & praia dos postais ilustrados. Não faltam roteiros pela região apoiados na cultura e património, muitos deles também ideais para fazer planos em família e levar os mais pequenos a viajar pelos séculos. Pelos lados de Albufeira, em Paderne, reabriu recentemente um castelo que poderá servir na perfeição para miúdos e graúdos ficarem a saber mais da História de Portugal – e até permitir cenários para futuras “aventuras” na imaginação dos mais pequenos.
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A praia pode estar muito boa, mas em tempo de férias pelo Algarve pode também ser boa ideia mergulhar na história da região e descobrir que é muito mais do que só o sol & praia dos postais ilustrados. Não faltam roteiros pela região apoiados na cultura e património, muitos deles também ideais para fazer planos em família e levar os mais pequenos a viajar pelos séculos. Pelos lados de Albufeira, em Paderne, reabriu recentemente um castelo que poderá servir na perfeição para miúdos e graúdos ficarem a saber mais da História de Portugal – e até permitir cenários para futuras “aventuras” na imaginação dos mais pequenos.
Bom, se quisermos ser rigorosos, o chamado castelo de Paderne não é, na verdade, um castelo. Antes, um hisn, uma “pequena fortificação rural”, erguida durante o período Almôada, já “no final da ocupação islâmica em Portugal”, conta Paulo Pereira, técnico do serviço educativo do Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira.
De muito particular, tem o método de construção, já que, ao contrário da esmagadora maioria das fortificações existentes na Península Ibérica, esta não é feita em pedra, mas sim em taipa militar, daí o tom avermelhado. “Terra, pedrinhas, cal e água.” A mistura era amassada e colocada dentro de cofragens de madeira, directamente no local onde iria ficar o “tijolo”. Depois de secos, os blocos iam formando as paredes da fortificação. Era “uma construção muito rápida”, aponta o responsável.
O documento escrito mais antigo onde foram encontradas referências ao castelo de Paderne – um dos sete castelos representados na bandeira portuguesa – data de 1189 e 59 anos depois terá sido conquistado ao povo muçulmano por D. Afonso III. Desactivado desde 1858, conserva visível praticamente toda a estrutura defensiva, composta por uma única entrada, uma torre albarrã e um pano de muralha barbacã.
Por norma encerrado ao público, há cerca de cinco anos que são organizadas visitas ao castelo de Paderne, uma vez por semana, orientadas por técnicos do Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira. A pandemia veio ditar a suspensão das visitas, que agora retomam, às quartas e sextas, das 9h30 às 13h. A entrada é gratuita e não é necessário fazer reserva antecipada.
Para além da estrutura defensiva, é possível observar alguns vestígios da rede urbana que existia no interior, escavados durante as investigações arqueológicas feitas no local. “Podemos ver um arruamento em que está identificada uma casa”, denominada casa Alif, aponta Paulo Pereira. Assim como duas cisternas, uma do período islâmico e outra cristã, e uma igreja.
Para já, estão confirmadas as visitas em Agosto e Setembro, mas estas deverão manter-se nos meses seguintes, estando dependentes da evolução do surto de covid-19.
Para além do castelo, localizado no interior do concelho de Albufeira, não muito longe da aldeia que lhe dá nome, vale a pena dar um passeio pela zona, recomenda Paulo Pereira. Ali próximo, corre a ribeira de Quarteira, ao longo da qual é possível observar uma ponte medieval, um moinho, um forno e a azenha do castelo.