Campanha científica acrescenta mais de 37 mil quilómetros quadrados ao mapa do mar português
Navio D. Carlos I regressa de campanha de levantamentos hidrográficos nos Açores.
A campanha científica que o navio hidro-oceanográfico D. Carlos I da Marinha Portuguesa realizou durante nove semanas nos Açores, para levantamentos hidrográficos, permitiu “acrescentar cerca de 37.500 quilómetros quadrados sondados ao mapeamento do mar português”.
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A campanha científica que o navio hidro-oceanográfico D. Carlos I da Marinha Portuguesa realizou durante nove semanas nos Açores, para levantamentos hidrográficos, permitiu “acrescentar cerca de 37.500 quilómetros quadrados sondados ao mapeamento do mar português”.
Numa nota desta segunda-feira, a Marinha adianta que o navio hidro-oceanográfico atracou esta manhã na Base Naval de Lisboa perfazendo “62 dias de missão e 970 horas de navegação, tendo percorrido 6800 milhas náuticas (mais de 12.593 quilómetros)”, no âmbito do programa SEAMAP 2030 e da cooperação com o Governo Regional dos Açores.
O programa SEAMAP 2030, de mapeamento do mar português, visa a “caracterização da natureza dos fundos marinhos, na perspectiva de serviço hidrográfico nacional, numa abordagem multidisciplinar”, contribuindo para “aumentar o conhecimento nas áreas estratégicas de interesse nacional e para promover as actividades de desenvolvimento tecnológico, exploração sustentável dos recursos e investigação científica associadas às ciências do mar”.
O projecto irá “permitir a aquisição e processamento de dados para desenvolver produtos finais como cartografia náutica, mapas de informação diversa dos fundos marinhos e conhecimento do mar português”.
Esta campanha científica de nove semanas no arquipélago açoriano permitiu “acrescentar cerca de 37.500 quilómetros quadrados sondados ao mapeamento do mar português, no âmbito do programa SEAMAP 2030 e da cooperação com o Governo Regional dos Açores”, salienta a nota.
A Marinha explica ainda que a campanha científica consistiu “no levantamento hidrográfico, com os sistemas sondadores multifeixe de bordo, de dez montes submarinos com especial interesse para o estudo dos ecossistemas do mar profundo, num raio de 100 milhas náuticas (mais 185 quilómetros) do grupo central do arquipélago dos Açores”.
O navio realizou, ainda, a manutenção de duas bóias multiparamétricas do Sistema Integrado de Monitorização Ambiental da Zona Económica Exclusiva de Portugal, dando apoio a uma equipa técnica do Instituto Hidrográfico.
No âmbito do projecto CETUS (que monitoriza informações sobre cetáceos) e da colaboração da Marinha Portuguesa com o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (Ciimar), embarcaram quatro observadores de cetáceos, tendo sido avistados vários exemplares das espécies Balaenoptera borealis (baleia-espadarte), Physeter macrocephalus (cachalote) e Grampus griseus (golfinho-de-risso)”.
O navio D. Carlos I é comandado pelo capitão-tenente Teotónio Pires Barroqueiro e tem uma guarnição de 34 militares. Para esta campanha científica embarcaram ainda um médico e dois mergulhadores da Marinha Portuguesa, e uma equipa da Brigada Hidrográfica do Instituto Hidrográfico, constituída por cinco militares especializados em hidrografia, que realizou levantamentos hidrográficos costeiros e portuários nas ilhas da Graciosa e do Faial.