Pastores suspeitos de atear incêndios detidos em diferentes pontos do país

Dois pastores, uma mulher de 70 anos e um homem que realizavam trabalhos agrícolas são suspeitos de terem ateado incêndios florestais e foram detidos nas últimas horas em diferentes pontos do país.

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Nelson Garrido

Um pastor “com cerca de 59 anos” foi detido por estar “fortemente indiciado pela prática de três crimes de incêndio florestal, ocorridos esta quinta-feira na área do município de Gouveia”, fez saber nesta sexta-feira a Polícia Judiciária, em comunicado.

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Um pastor “com cerca de 59 anos” foi detido por estar “fortemente indiciado pela prática de três crimes de incêndio florestal, ocorridos esta quinta-feira na área do município de Gouveia”, fez saber nesta sexta-feira a Polícia Judiciária, em comunicado.

O homem “com antecedentes criminais por crimes da mesma natureza vai ser presente às competentes autoridades judiciárias, para efeitos de primeiro interrogatório de arguido detido”, informa. Suspeita-se que tenha sido responsável por focos deflagrados entre as 20h e as 21h junto a uma via de comunicação, que liga as localidades de Arcozelo da Serra e Ribamondego, município de Gouveia​.

“O suspeito, aparentemente motivado por interesses de pastoreio, terá ateado os incêndios recorrendo a chama directa, fazendo uso de isqueiro que transportava e que lhe foi apreendido, colocando fogo em pasto e mato, em três pontos distintos e numa linha continua, junto a estrada, apesar das altas temperaturas, da baixa humidade dos combustíveis e do vento que se fazia sentir, bem como das recomendações e alertas das Autoridades de Protecção Civil”, acrescenta a PJ.

Em Chaves, um homem suspeito de atear 12 incêndios em várias freguesias foi igualmente detido. A PJ explica que é também pastor e tem 44 anos. “Os incêndios em investigação ocorreram no período compreendido entre os anos de 2018 e 2020. Os dois últimos incêndios ocorreram nos dias 3 de Junho e 20 de Julho de 2020 e consumiram área de mancha florestal, constituída, maioritariamente, por mato e carvalhos. Os incêndios colocaram em perigo uma vasta mancha florestal, constituída por mato e carvalhos, de área agrícola constituída por soutos e lameiros, bem como de várias habitações, de valor consideravelmente elevado, que apenas não foram consumidas devido à rápida intervenção dos bombeiros.”

Já o Comando Distrital da PSP avançou, nesta sexta-feira, que, “aparentemente”, também a origem do incêndio em Mirandela, nesta quinta-feira, teve mão humana. Estará associado a um homem de 51 anos, já detido, que se encontrava a realizar trabalhos agrícolas num terreno nas imediações da cidade. Segundo o Comando Distrital de Bragança da PSP, o detido em Mirandela estaria “a usar um tractor com uma alfaia agrícola que no decurso dos trabalhos terá incendiado o restolho que existia na zona”.

O suspeito terá ainda tentado apagar o fogo com o extintor que trazia no tractor, mas as chamas propagaram-se, mobilizando quase 80 operacionais desde o final da manhã de quinta-feira. O detido irá ser presente a um juiz para aplicação de medidas de coacção.

Um quarto caso foi comunicado nesta sexta-feira pelo Comando Territorial de Viseu da GNR. Na quinta-feira, informa, foi detida em flagrante delito uma mulher de 70 anos  no concelho de Carregal do Sal. “No decorrer do policiamento direccionado para a prevenção de incêndios florestais, numa área onde recentemente já haviam deflagrado outros, os militares da Guarda detiveram a suspeita em flagrante delito, logo após ter ateado o incêndio e no momento em que se colocava em fuga do local. Na sua posse, tinha ainda os objectos utilizados para causar as chamas”, informa a GNR. A detida foi constituída arguida.