Caso das golas antifumo já tem 18 arguidos
O negócio das golas foi assinado em Maio de 2018, mas os investigadores recolheram, nas buscas de quarta-feira, documentação de Janeiro e Setembro de 2017. Houve empresas que foram alvo de buscas pela segunda vez neste processo.
O caso das golas antifumo já conta com 18 arguidos, confirmou esta quinta-feira ao PÚBLICO a Procuradoria-Geral da República (PGR).
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O caso das golas antifumo já conta com 18 arguidos, confirmou esta quinta-feira ao PÚBLICO a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A PGR não indica, no entanto, quantos foram constituídos arguidos no decorrer das dez buscas que a Policia Judiciária (PJ) e o Ministério Público (MP) efectuaram na quarta-feira. Segundo a TVI, pelo menos dez terão sido constituídos arguidos no decorrer desta operação que decorreu em várias zonas do país, nomeadamente em Coimbra, Lisboa e Braga e que visou empresas, casas particulares e escritórios de contabilidade.
Até agora apenas se sabia que existiam sete arguidos, empresas e pessoas singulares, e que entre estes estão o ex-secretário de Estado José Artur Neves, o presidente da Protecção Civil Mourato Nunes e o ex-secretário de Estado da Protecção Civil Francisco Ferreira.
O negócio das golas foi assinado em Maio de 2018, mas os investigadores querem agora documentação de Janeiro e Setembro de 2017.
Os investigadores que efectuaram as buscas nesta quarta-feira foram muito específicos na documentação que procuraram. Quiseram toda a contabilidade de 2017, mas apenas até Setembro, sendo que na primeira vez apenas tinham levado documentos de 2018 e 2019. O PÚBLICO sabe que houve empresas que foram visitadas pela segunda vez.
Recorde-se que o negócio das golas, resultante de uma consulta prévia autorizada por Mourato Nunes, foi assinado em Maio de 2018 com a Foxtrot Aventura, que tem como proprietário o marido de uma autarca do PS de Guimarães.
A mesma empresa foi depois contratada em Junho do mesmo ano para fornecer 15 mil kits de autoprotecção para distribuir pelas povoações do projecto Aldeia Segura, que custaram quase 203 mil euros.
Neste último caso, Mourato Nunes assinou o contrato, mas todo o processo de aquisição foi conduzido pelo então secretário de Estado José Artur Neves.