Como podemos ajudar as vítimas da explosão em Beirute?

A explosão de mais de 2700 toneladas de nitrato de amónio em Beirute deixou o país à beira do colapso. Há, pelo menos, 135 mortos e mais de cinco mil feridos. Reunimos algumas organizações que estão no local a prestar auxílio que, mais do que nunca, precisam de donativos ou voluntários.

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Reuters/POOL

A explosão no armazém de Beirute, esta terça-feira, 4 de Agosto, onde se acumulavam mais de 2700 toneladas de nitrato de amónio, colocou o Líbano numa situação de (ainda mais) instabilidade. A nuvem de choque desfez janelas, fez telhados colapsar e provocou, pelo menos, 135 mortos e cerca de cinco mil feridos. Os danos deverão representar um prejuízo entre os 2,5 a 4,5 milhões de euros. Mais de 300 mil pessoas dizem ter sofrido danos nas suas casas, sendo que algumas ficaram completamente inabitáveis.

O desastre abala uma nação que já sofria com uma economia em queda, o aumento do preço dos alimentos, a falta de electricidade e, claro, com o surto do novo coronavírus, que provocou 68 mortos e mais de cinco mil infectados. Há organizações a trabalhar no local e, para quem quiser ajudar, deixamos algumas opções:

Cruz Vermelha Libanesa

A organização foca-se na prevenção e ajuda em situações de desastre. É o maior fornecedor de ambulâncias, voluntários e apoio no local. Foi crucial no tratamento de feridos durante os protestos de Outubro último, que exigiam a demissão do Governo, e de vítimas de covid-19. Os serviços são gratuitos e providenciados a todos os que necessitam. Os donativos podem ser feitos através do site.

Banco Alimentar do Líbano

O aumento dos preços dos alimentos, provocado pela crise económica, já fazia com que, de acordo com estimativas do Programa Alimentar Mundial, 49% dos libaneses tivessem preocupações relativas ao acesso a comida.

Mais de 80% da comida do país é importada, sendo que a grande maioria entra no país através do porto que explodiu. No momento da explosão, 85% do abastecimento de cereais foi destruído. “Prevemos que os danos provocados no porto piorem significativamente a situação económica e de acesso a alimentos no Líbano”, disse Farhan Haq, representante das Nações Unidas, citado pelo Guardian.

O Banco Alimentar do Líbano tem programas de distribuição de comida e de recolha de doações de restaurantes e hotéis. Para contribuir, basta aceder ao site.

Ahla Fawda

A Ahla Fawda foca-se no desenvolvimento da comunidade. A missão da organização é “levar alegria às comunidades locais e melhorar o que as rodeia de uma forma cultural e artística”, lê-se no site. Providencia também assistência humanitária a comunidades pobres em todo o país, através de donativos de roupa, comida, calçado e livros. Para doar, basta aceder ao site.

Beit el Baraka

A organização não lucrativa Beit el Baraka dirige um supermercado gratuito, providencia custos médicos e habitação para os que necessitam. A organização opera em três níveis, explicou a sua fundadora Maya Chama Ibrahumchah ao jornal L’Orient le Jour: “O supermercado, onde podes, calmamente e com dignidade, escolher o que necessitas; os apartamentos restaurados com renda gratuita; e o acesso aos cuidados médicos, incluindo cirurgias, medicação e cuidados dentários que os médicos — que ajudam a associação — prestam aos pacientes.”

Depois da explosão, a organização está também a trabalhar para reparar as casas danificadas. Donativos são bem-vindos aqui.

Amel

A organização providencia apoio psicológico e médico e ajuda refugiados e cidadãos libaneses. Dirige vários centros de cuidados médicos primários em Beirute e está a recolher donativos em comida e dinheiro aqui. É uma das organizadoras de uma campanha de crowdfunding para angariar 100 mil dólares para um fundo de emergência. 

Egna Legna Besident

Esta é uma associação de trabalhadoras domésticas vindas da Etiópia e imigradas no Líbano. Estão à procura de voluntários para ajudar com emergências médicas, comida, abrigo e roupa, bem como ajudar as vítimas a encontrar família e amigos e identificar mulheres da Etiópia desaparecidas na explosão.

Os interessados em voluntariar-se podem fazê-lo através do preenchimento de um formulário ou do email contact@egnalegna.org.

Beirut Blast Refunding

Além das associações, há um crowdfunding criado a título individual por Lucas Labelle e Camila Magnani, e partilhado na conta de Instagram @beirutblastreliefrefund, que pretende arrecadar 75 mil dólares. Actualmente, já conta mais de 52 mil. Contribuições podem ser feitas aqui. O perfil partilha diversas informações sobre a situação no Líbano, bem como muitas outras organizações que estão no local a prestar auxílio.