Facebook apaga publicação de Donald Trump pela primeira vez por desinformação sobre covid-19

A plataforma prometeu que estaria mais atenta às mensagens do Presidente americano, especialmente às que espalhassem desinformação. Pela primeira vez, a rede social agiu e apagou uma publicação.

Foto
Facebook passou a seguir o exemplo do Twitter e monitorizou o discurso do Presidente americano Reuters/Johanna Geron

O Facebook apagou uma publicação de Donald Trump que espalhava desinformação sobre a covid-19. É a primeira vez que a rede social apaga conteúdo publicado pelo Presidente dos Estados Unidos, depois de utilizadores e patrocinadores criticarem o Facebook por não monitorizar a página de Trump.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Facebook apagou uma publicação de Donald Trump que espalhava desinformação sobre a covid-19. É a primeira vez que a rede social apaga conteúdo publicado pelo Presidente dos Estados Unidos, depois de utilizadores e patrocinadores criticarem o Facebook por não monitorizar a página de Trump.

A publicação teria um vídeo no qual Trump dizia à Fox News que as crianças são “quase imunes à covid-19”. Trump tem dito que as crianças não transmitem covid-19, para continuar a defender a sua ideia de regresso total presencial às escolas.

É verdade que as crianças têm maior probabilidade de serem assintomáticas ou contrair sintomas mais leves; no entanto, não são imunes e há vários casos de mortes entre as faixas etárias mais infantis.

Segundo um porta-voz do Facebook, o vídeo “inclui declarações falsas de que um grupo de pessoas é imune à covid-19, e isso é uma violação das nossas políticas sobre desinformação sobre covid-19 maliciosa”.

No final de Junho, o Facebook anunciou que estaria mais atento às publicações feitas por Donald Trump. Já antes, o Twitter tinha classificado algumas publicações de Trump como “falsas” e, inicialmente, o director-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg recusou seguir o exemplo da concorrência, apontando que o Facebook não deve ser “o árbitro da verdade”.

No entanto, com a pressão cada vez maior de patrocinadores e utilizadores, Zuckerberg mudou de opinião e disse que o Facebook iria passar a classificar publicações de políticos que violassem as regras da plataforma, especialmente as que patrocinam notícias falsas.

“Não haverá excepções para políticos em qualquer política”, disse o director-executivo da rede social.

Apesar de ser a primeira vez que a rede social apaga uma publicação, não é a primeira vez que proíbe conteúdos associados a Donald Trump. No início do ano, o Facebook removeu uma série de anúncios da campanha presencial do Presidente que continham simbologia associada ao nazismo.

Redes sociais apertam cerco a Donald Trump

O uso das redes sociais por parte de Trump e da sua equipa intensificou-se com a evolução da covid-19 e o aproximar das eleições presidenciais de Novembro, em que Trump vai tentar segurar a Casa Branca contra o democrata Joe Biden.

Em Maio, o Twitter passou a sinalizar publicações de Trump no âmbito dos protestos contra a discriminação racial e a violência policial que varreram os Estados Unidos, depois da morte de George Floyd. Outras plataformas também tomaram decisões semelhantes.

Foto

Em Julho, o Reddit e o Twitch também fecharam plataformas e conteúdos associados ao Presidente americano. O Reddit, uma plataforma de fóruns, fechou o fórum r/The_Donald, utilizado por apoiantes do Presidente dos Estados Unidos, depois de referir que os utilizadores e as publicações feitas não cumpriam com as regras da plataforma.

Já o Twitch, uma plataforma de streaming em directo detida pela Amazon, afirmou que “conduta de ódio não é permitida no Twitch” e, por isso, “o canal do Presidente Donald Trump foi suspenso temporariamente por comentários feitos em stream e os conteúdos ofensivos foram removidos”.