Neil Young decidiu mesmo avançar com processo contra Donald Trump
Em causa está o uso das canções Rockin’ in the free world e Devil’s sidewalk na corrida à Presidência dos Estados Unidos. “Em boa consciência, não posso autorizar que ele use a minha música como lema para uma campanha divisiva, antiamericana e marcada pela ignorância e pelo ódio”, justifica o músico canadiano-americano.
A ameaça já tinha sido feita no final de Julho, retomando um protesto que o músico e cantor canadiano-americano vinha repetindo desde 2016. Mas desta vez Neil Young avançou mesmo com uma queixa contra Donald Trump num tribunal de Nova Iorque. Em causa está a repetida utilização, na sua campanha em busca de um novo mandato na Casa Branca, das canções Rockin’ in the free world e Devil's sidewalk.
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A ameaça já tinha sido feita no final de Julho, retomando um protesto que o músico e cantor canadiano-americano vinha repetindo desde 2016. Mas desta vez Neil Young avançou mesmo com uma queixa contra Donald Trump num tribunal de Nova Iorque. Em causa está a repetida utilização, na sua campanha em busca de um novo mandato na Casa Branca, das canções Rockin’ in the free world e Devil's sidewalk.
Este processo “não pretende desrespeitar os direitos que os cidadãos americanos têm às suas opiniões, e à liberdade que têm de apoiarem o candidato que quiserem”, diz a queixa de Neil Young, noticiada nesta terça-feira pelo jornal The Hollywood Reporter. “Contudo, em boa consciência, não posso autorizar que ele use a minha música como lema para uma campanha divisiva, antiamericana e marcada pela ignorância e pelo ódio”, acrescenta o músico nascido em Toronto há 74 anos, mas que desde o início deste ano é também cidadão americano.
A justificação imediata invocada por Young foi a utilização pela campanha do actual Presidente americano, sem autorização, de Rockin’ in the free world e Devil's sidewalk num comício realizado em Tulsa, Oklahoma, no dia 20 de Junho.
Na verdade, Donald Trump usou repetidamente estas canções de Neil Young, bem como outras de diferentes músicos e bandas, desde a sua primeira campanha para a Casa Branca, em 2016. Para isso, o seu staff formalizou o pedido de licença a duas das maiores associações que cuidam dos direitos dos artistas nos Estados Unidps, a American Society of Composers, Authors and Publishers (ASCAP) e a Broadcast Music, Inc. (BMI). Então, em declaração à Reuters, Neil Young constatou esse facto: “De facto, ele tirou uma licença para a usar. Por isso, não tenho nada contra ele. Sabe como é, uma vez uma música criada, toda a gente pode usá-la”, disse o autor de Helpless. Mas não deixou também de referir que gostaria que Trump lhe tivesse pedido autorização.
Neil Young – que, enquanto cidadão americano, apoiou este ano publicamente Bernie Sanders como candidato do Partido Democrata – não é, de resto, o único músico a protestar contra a utilização abusiva das suas canções em campanhas políticas. O mesmo fizeram figuras como os “Stones” Mick Jagger e Keith Richards, Elton John e Blondie, Lionel Richie e Elvis Costello, e bandas como os Linkin Park, R.E.M, ou Pearl Jam. Estes e outros nomes subscreveram, aliás, no dia 28 de Julho, uma carta-aberta em que instam tanto o Partido Republicano como o Partido Democrata a obrigarem os seus candidatos a obterem consentimento dos autores para a utilização das suas músicas em situações de campanha.