Há muito tempo que os filmes de Téchiné são incapazes de reencontrar o fulgor que tiveram, nos melhores casos, entre os anos 70 e os anos 90. A regularidade com que continua a filmar, perseguindo temas reconhecivelmente seus, mesmo quando (e é quase sempre) tudo parece reiteração morna de coisas e sentimentos que já exprimiu melhor e com muito mais força, até se pode admirar, mas essa admiração vem a par com um abaixamento das expectativas. Nesse sentido, O Adeus à Noite, onde o cineasta reencontra a sua velha cúmplice Catherine Deneuve (que está muito bem e é talvez a melhor razão para se ver o filme), é mais ou menos aquilo que se espera dum Téchiné século XXI: uma factura elegante mas académica e sem grande rasgo, um filme que dá a impressão de, entre a escrita e a encenação, ter perdido alguma coisa, e enfermar de um esquematismo apressado que se torna tão mais evidente quanto mais o filme se aproxima do final e do momento em que todas as emoções deviam estar numa incandescência de melodrama.
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Há muito tempo que os filmes de Téchiné são incapazes de reencontrar o fulgor que tiveram, nos melhores casos, entre os anos 70 e os anos 90. A regularidade com que continua a filmar, perseguindo temas reconhecivelmente seus, mesmo quando (e é quase sempre) tudo parece reiteração morna de coisas e sentimentos que já exprimiu melhor e com muito mais força, até se pode admirar, mas essa admiração vem a par com um abaixamento das expectativas. Nesse sentido, O Adeus à Noite, onde o cineasta reencontra a sua velha cúmplice Catherine Deneuve (que está muito bem e é talvez a melhor razão para se ver o filme), é mais ou menos aquilo que se espera dum Téchiné século XXI: uma factura elegante mas académica e sem grande rasgo, um filme que dá a impressão de, entre a escrita e a encenação, ter perdido alguma coisa, e enfermar de um esquematismo apressado que se torna tão mais evidente quanto mais o filme se aproxima do final e do momento em que todas as emoções deviam estar numa incandescência de melodrama.