Festival de Cinema de Locarno abre edição reformulada por causa da covid-19 (e Miguel Gomes está convidado)

Organização decidiu transformar a 73.ª edição do festival num “ano zero”. Cinema português estará representado em várias secções e programas. O festival começa esta quarta-feira e decorre até 15 de Agosto.

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O Bobo, de José Álvaro de Morais DR

O Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, arranca esta quarta-feira em moldes diferentes do habitual, por causa da pandemia da covid-19, com exibição online e uma programação a pensar no futuro, que contará com algumas co-produções portuguesas.

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O Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, arranca esta quarta-feira em moldes diferentes do habitual, por causa da pandemia da covid-19, com exibição online e uma programação a pensar no futuro, que contará com algumas co-produções portuguesas.

Esta seria a 73.ª edição do festival, mas a organização chama-lhe o “ano zero”, reunindo filmes e espectadores “na grande praça digital” que é a Internet, com exibição paga e as receitas a reverterem para a rede de exibição suíça.

Em alternativa ao formato tradicional, o festival lançou a iniciativa Locarno 2020, O Futuro dos Filmes, para vinte projectos cinematográficos de “realizadores que foram forçados a parar de trabalhar por causa da pandemia”.

Neste programa há quatros projectos cinematográficos com produção portuguesa, que concorrem a um prémio monetário de 65 mil euros: Selvajaria, de Miguel Gomes, Eureka, de Lisandro Alonso, When the waves are gone, de Lav Diaz, e Far West, de Pierre-François Sauter.

Os realizadores seleccionados para este programa puderam ainda escolher filmes que recordarão toda a história de Locarno. Miguel Gomes escolheu O Bobo, de José Álvaro Morais, e Wang Bing sugeriu Cavalo Dinheiro, de Pedro Costa, que também serão exibidos online.

Na competição deste ano há também três curtas-metragens com co-produção portuguesa: Nha Mila, da realizadora portuguesa Denise Fernandes, An act of affection, do vietnamita Viet Vu, Espíritos e Rochas: Um Mito Açoriano, de Aylin Gokmen, rodado nos Açores, às quais se junta Um tordo batendo as asas contra o vento, do suíço Alexandre Haldemann.

Para a edição deste ano de Locarno foi criado ainda o projecto Padrinhos & Madrinhas, no qual 14 realizadores apoiarão novos talentos do cinema numa programação de conversas e debates. Entre eles estão João Pedro Rodrigues e a dupla luso-suíça Sérgio da Costa e Maya Kosa.

Locarno abrirá com First Cow, de Kelly Reichardt, e encerrará no dia 15 com La France contre les robots, de Jean-Marie Straub, e com uma série de curtas suíças feitas em confinamento.