Associação que organiza os Globos de Ouro acusada de nepotismo
Jornalista norueguesa entregou queixa num tribunal de Los Angeles alegando que a Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood quer perpetuar os seus privilégios exclusivistas.
A Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês), que anualmente organiza a gala dos Globos de Ouro, foi acusada por uma jornalista norueguesa de sabotar a entrada de novos membros para evitar perder as suas vantagens luxuosas e o acesso exclusivo às stars do cinema americano.
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A Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês), que anualmente organiza a gala dos Globos de Ouro, foi acusada por uma jornalista norueguesa de sabotar a entrada de novos membros para evitar perder as suas vantagens luxuosas e o acesso exclusivo às stars do cinema americano.
A queixa, noticiada na segunda-feira pela agência AFP, foi apresentada num tribunal federal em Los Angeles por Kjersti Flaa, jornalista que é igualmente repórter de televisão e produtora multimédia, e que se encontra sediada em Los Angeles. A queixosa acusa os 87 membros da HFPA de, durante todo o ano, usufruírem de “viagens pagas para festivais de cinema nos quatro cantos do mundo, onde os estúdios os tratam sumptuosamente e lhes satisfazem todas as exigências”.
Em contrapartida, “os candidatos com condições para aderir à HFPA são quase sistematicamente rejeitados, porque a maioria dos 87 membros recusa-se a partilhar as enormes vantagens económicas de que beneficia”, acrescenta a acusação da jornalista, citada pela AFP.
A Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood tem um grande poder no meio da indústria cinematográfica e audiovisual americana por via da organização dos Globos de Ouro, cujo palmarés, no início de cada ano, é visto como uma antecipação do resultado dos Óscares. E se entre a quase uma centena de membros da HFPA há jornalistas e críticos que trabalham para jornais e órgãos de media respeitados em todo o mundo, há também entre eles freelancers a trabalhar para títulos obscuros que se aproveitam de pertencer à associação para usufruir desse tratamento exclusivo, diz a AFP.
“Os estúdios, é claro, não apreciam ter de despender estas grandes quantias para satisfazer os desejos de algumas dezenas de jornalistas envelhecidos que regularmente se ouvem ressonar durante as projecções, mas, tendo em conta a importância dos Globos de Ouro, não vêem como acabar com esta faz-de-conta”, acrescenta a queixa, segundo a AFP, que cita como exemplo uma viagem de imprensa promovida pelo estúdio Disney no ano passado a Singapura com os convidados da HFPA a serem alojados num luxuoso hotel de cinco estrelas.
Kjersti Flaa candidatou-se a membro da associação já por duas ocasiões, em 2018 e no ano passado, tendo visto a sua entrada rejeitada, inclusivamente por jornalistas escandinavos.
À AFP, um porta-voz da associação assegurou que a HFPA tem vindo a tratar de rejuvenescer-se com a entrada de novos membros, mas rejeitou as acusações de Flaa, considerando-as “tentativas repetidas de desacreditar” o organismo. E enviou à jornalista norueguesa o recado de que “não será pela intimidação” que conseguirá entrar na associação.