Governo declara situação de alerta no país por causa de risco de incêndios
É proibida a realização de queimadas e de pirotecnia, bem como a circulação em espaços florestais “previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios”. Protecção Civil alerta: “Tolerância zero ao fogo”. Distritos de Santarém e Faro em Alerta Vermelho.
Portugal continental entrará em Situação de Alerta a partir das 20h de hoje, e até terça-feira dia 4, face à previsão de “um significativo agravamento do risco de incêndio rural”, anunciou hoje o Governo.
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Portugal continental entrará em Situação de Alerta a partir das 20h de hoje, e até terça-feira dia 4, face à previsão de “um significativo agravamento do risco de incêndio rural”, anunciou hoje o Governo.
A Situação de Alerta inicia-se às 20h horas de hoje e prolonga-se até às 23h59 horas do dia 4 de Agosto em todo o território de Portugal continental, especifica o Governo, em nota divulgada pelo Ministério da Administração Interna.
A decisão é tomada “face às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para um significativo agravamento do risco de incêndio rural”, pelo que há necessidade de “adoptar medidas preventivas e especiais de reacção”.
O vento mais forte far-se-á sentir especialmente nas regiões do litoral e nas áreas montanhosas do centro e sul.
Em Situação de Alerta é proibida a realização de queimadas e o uso de fogo-de-artifício ou de qualquer outra pirotecnia, e é proibido o acesso e a circulação em espaços florestais “previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios”.
Não são permitidos trabalhos com equipamentos eléctricos em espaços florestais ou rurais, como motorroçadoras, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal.
Nesta Situação de Alerta é permitido, por exemplo, alimentar animais, fazer podas, regas, extracção de cortiça e mel, colheitas de culturas agrícolas, desde que “sejam de carácter essencial e inadiável”, em zonas de regadio, sem materiais inflamáveis e fora de floresta e mata. São permitidos ainda trabalhos de construção civil, “desde que inadiáveis e que sejam adoptadas as adequadas medidas de mitigação de risco de incêndio rural”.
A declaração da Situação de Alerta está prevista na Lei de Bases de Protecção Civil.
Distritos de Santarém e Faro em Alerta Vermelho
A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) colocou os distritos de Santarém e Faro em alerta de prontidão de nível vermelho, devido ao aumento do risco de incêndio, e apelou ao cuidado das populações.
“Vamos ter um quadro meteorológico bastante severo com incremento da velocidade do vento. Nos próximos dois dias teremos vento bastante forte, não só durante o dia, mas também à noite, e com reduzida recuperação da humidade retida durante a noite”, afirmou Miguel Cruz, comandante de agrupamento distrital, em conferência de imprensa na sede da ANEPC, em Carnaxide.
“Nesta ótica, o apelo é para que a tolerância ao uso do fogo seja zero e não exista qualquer actividade que possa originar qualquer ignição”, disse o responsável, acrescentando ainda que foi determinado o estado especial de alerta de prontidão de nível vermelho para distritos de Santarém e Faro.
Os estados de alerta especiais determinam o grau de prontidão de resposta dos meios de combate à incêndios. Em alerta amarelo ficam os distritos de Porto, Braga e Viana do castelo e em alerta laranja os restantes distritos de Portugal continental.
Em função do aumento dos estados de prontidão, foi aumentado o conjunto de meios de resposta imediata com quatro grupos de reforço dos corpos de bombeiros, quatro grupos de reforço da unidade especial de protecção e socorro da GNR e três grupos de reforço da força especial da Protecção Civil. Foi ainda solicitada a ajuda das Forças Armadas para a realização de patrulhamentos preventivos.
Segundo o comandante de agrupamento distrital, o vento terá especial incidências na faixa litoral de Portugal continental e nas áreas montanhosas do Centro e Sul, mas também na região Norte há condições favoráveis a incêndios devido à “secura muito significativa da humidade dos combustíveis e grande disponibilidade dos mesmos”.
Até às 19h deste domingo tinham sido registados 70 incêndios, os quais, segundo Miguel Cruz, foram dominados na fase inicial.