Republicanos e democratas discutem novo pacote de ajuda à economia
Desentendimento dentro do Congresso está a atrasar o prolongamento das medidas que ajudaram a economia norte-americana a limitar os danos provocados pela pandemia.
Com as medidas que têm evitado um ainda maior colapso da economia a chegar ao fim, a Casa Branca e os partidos democrata e republicano no Congresso estão a revelar muitas dificuldades em chegar a um entendimento relativamente à forma como poderá ser prolongado o apoio à economia. Para este sábado, estão agendadas novas reuniões para tentar chegar a um entendimento.
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Com as medidas que têm evitado um ainda maior colapso da economia a chegar ao fim, a Casa Branca e os partidos democrata e republicano no Congresso estão a revelar muitas dificuldades em chegar a um entendimento relativamente à forma como poderá ser prolongado o apoio à economia. Para este sábado, estão agendadas novas reuniões para tentar chegar a um entendimento.
Na quinta-feira ficou a saber-se que, durante o segundo trimestre deste ano, o PIB norte-americano registou uma queda de 9,5% face ao trimestre imediatamente anterior. E os números de pedidos de benefícios de desemprego, que bateram todos os máximos históricos nas primeiras semanas da crise, continuam a ser persistentemente elevados.
Neste cenário – e ao mesmo tempo a que se assiste a uma aceleração da pandemia em diversos Estados – a necessidade de reforço dos apoios estatais parece estar a ser aceite pela grande maioria dos actores políticos. O problema está na dimensão dos apoios que cada uma das partes está disposta a aceitar.
Enquanto a Casa dos Representantes dominada pelo Partido Democrata aprovou um novo pacote de ajuda com um valor de 3 biliões (3 milhões de milhões) de dólares, no Senado dominado pelo Partido Republicano, a proposta do líder da maioria, Mitch McConnell não vai além de 1 bilião de dólares.
Uma das principais fontes de desentendimento tem a ver com o subsídio extraordinário de desemprego que foi atribuído, com um valor de 600 dólares semanais, no início da crise. Esse apoio termina esta semana e, enquanto os democratas defendem que deve ser prolongado com um valor igual ou muito próximo do actual, os republicanos consideram que chegou a altura de diminuir significativamente o montante atribuído.
Inicialmente, a proposta republicana era de um subsídio de 200 dólares, mas entretanto, no decorrer das difíceis negociações, o valor já terá subido para 400 dólares. Esse montante ainda é considerado insuficiente pelos democratas que argumentam que este apoio é fundamental para assegurar que milhões de pessoas mantenham um rendimento mínimo e a economia não caia ainda mais.
O fim dos apoios actuais dá a este discussão um carácter de urgência. O Partido Republicano sugeriu um prolongamento de uma semana do subsídio de 600 dólares, mas os democratas não aceitaram, pressionando assim para um entendimento definitivo mais rápido.
Este sábado, os líderes democratas do Congresso irão reunir-se com altos responsáveis da Casa Branca, incluindo o secretário do Tesouro Steven Mnuchin. Na administração Trump, o lançamento rápido de um novo pacote de apoio à economia é considerado essencial, até porque se aproximam as eleições presidenciais e o estado da economia norte-americana poderá ser um factor decisivo nos resultados.