FC Porto encheu a Taça com dois golpes de Mbemba

“Dragões” derrotaram o Benfica na final da Taça de Portugal, depois de terem jogado durante quase uma hora em inferioridade numérica. Bolas paradas voltaram a fazer a diferença.

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O FC Porto quebrou da forma menos previsível, com apenas dez homens e com um “bis” de cabeça de Mbemba, um jejum com nove anos, ao conquistar a 17.ª Taça de Portugal frente ao rival Benfica (1-2), que não encontrou antídoto para superar o novo campeão nacional na época mais longa, concluída com a oitava “dobradinha” portista.

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O FC Porto quebrou da forma menos previsível, com apenas dez homens e com um “bis” de cabeça de Mbemba, um jejum com nove anos, ao conquistar a 17.ª Taça de Portugal frente ao rival Benfica (1-2), que não encontrou antídoto para superar o novo campeão nacional na época mais longa, concluída com a oitava “dobradinha” portista.

Com Marcelo Rebelo de Sousa na tribuna, em Coimbra, o FC Porto dispensou protocolos e deu ordem para encher o cálice até cima, puxando dos galões de campeão para mostrar que não estava na disposição de deixar que a discussão se arrastasse — e muito menos de esperar por prolongamentos ou penáltis estéreis. 

Com efeito, sem cerimónias, o “dragão” calibrou a chama e lançou-se no ataque, escudado num modelo altamente pressionante e aproveitando uma estratégia de maior expectativa do Benfica para demarcar o território. Sérgio Conceição surpreendia com o colombiano Uribe, que “evitou” o bloco mas não dispensou um bisturi precioso para abrir os golpes de Otávio e Corona, os dois primeiros a mostrarem-se. 

A entrada forte do FC Porto, a criar perigo, especialmente no seu segundo remate, de Corona, que Vlachodimos resolveu com uma palmada para canto, provocou uma reacção imediata do Benfica, que aproveitou o abanão para despertar e reagir, ainda que num tom menos ameaçador.

O Benfica ripostava, mas Chiquinho denotava dificuldades no ataque à baliza de Diogo Costa (jovem guarda-redes que manteve o estatuto de titular na Taça de Portugal), desperdiçando excelente oportunidade para testar a aposta de Conceição para a defesa das redes portistas.

O Benfica lembrava os campeões que não aceitava as condições propostas pelos “dragões” e iniciava um diálogo diferente, com Cervi na esquerda a tentar ajudar Seferovic a justificar a escolha de Nelson Veríssimo, que deixou o Bola de Prata Vinícius no banco.

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Recuemos um pouco até um lance que se tornaria relevante minutos mais tarde: no arranque da partida, Luis Díaz cortava um lance inócuo, mas tocava na perna de Chiquinho, o que lhe valeu um amarelo ainda antes dos 10’. Soares Dias mostrava-se implacável e punia Rúben Dias um par de minutos depois. O aviso estava feito, mas Díaz reincidiu e acabou expulso por entrada à canela de André Almeida. 

O contexto do jogo passou a ser muito diferente, com o Benfica em superioridade numérica no relvado e no banco, porque Sérgio Conceição explodiu e seguiu para a bancada com dois amarelos. O clima não podia ser mais tenso, com o intervalo a ajudar a arrefecer os ânimos.

Veríssimo aproveitava para explorar a vantagem com Rafa e deixar Cervi nos balneários. Uma aposta que o treinador do Benfica teria de reavaliar na sequência de um erro de Vlachodimos. O alemão Weigl cometeu falta sobre Danilo e o FC Porto aproveitou para lembrar que os adversários não podem brincar com as bolas paradas de Alex Telles. O guarda-redes do Benfica falhava a intercepção e Mbemba, ao segundo poste, agradecia, dando a vantagem de que o FC Porto precisava para acelerar a “dobradinha”.

O Benfica estava agora duplamente obrigado a reerguer-se para evitar o terceiro desaire da temporada. Mas nessa urgência, e quando Veríssimo chamava Vinícius para reforçar a presença na área portista, houve nova falta, agora para Corona colocar Mbemba nos píncaros. O belga adoçava a boca do “dragão” com novo cabeceamento que paralisava os nervos faciais de um Benfica incrédulo e sem jogo de cintura para mudar o ritmo da balada que lançava o FC Porto para a 17.ª conquista na Taça de Portugal, a segunda frente ao Benfica, ao décimo duelo.

À medida que os minutos se esgotavam, percebia-se que o FC Porto estava, apesar de ter menos um homem em campo, mais confortável do que o rival, impotente para lidar com a armadilha em que repentinamente caíra. Veríssimo tentava virar a sorte de todas as maneiras, mas Conceição respondia da bancada com mais homens para a defesa do resultado que lhe garantia a primeira vitória na prova-rainha.

O jogo não terminaria, porém, sem uma ténue reacção do Benfica, quando Soares Dias assinalou sem hesitações uma falta de Diogo Leite sobre Rafa dentro da área. Vinícius aproveitou o penálti para reduzir a diferença e animar os minutos finais, que ainda contaram com um remate de Jota ao poste antes da festa “azul e branca”. Mais uma.