Atelier Aires Mateus vai fazer o novo campus da Toulouse Business School
A dupla de irmãos arquitectos venceu novo concurso em França, onde em 2021 deverá ter em obra três projectos: a nova escola em Toulouse, o Museu dos Agostinhos da mesma cidade e o Museu de Reims.
Em 2021, os irmãos Francisco e Manuel Aires Mateus deverão passar a maior parte do seu tempo de trabalho em França. Os dois arquitectos viram agora finalmente oficializada a vitória no concurso realizado há cerca de um ano para a construção do novo campus da Toulouse Business School (TBS), um projecto de grandes dimensões nos limites do centro histórico desta cidade no sul do país, a um escasso quilómetro do Museu dos Agostinhos, cujo projecto de extensão foi também conquistado pelo atelier Aires Mateus no início de 2018. No ano passado, a dupla tinha também vencido o concurso para a requalificação do Museu de Reims, no norte.
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Em 2021, os irmãos Francisco e Manuel Aires Mateus deverão passar a maior parte do seu tempo de trabalho em França. Os dois arquitectos viram agora finalmente oficializada a vitória no concurso realizado há cerca de um ano para a construção do novo campus da Toulouse Business School (TBS), um projecto de grandes dimensões nos limites do centro histórico desta cidade no sul do país, a um escasso quilómetro do Museu dos Agostinhos, cujo projecto de extensão foi também conquistado pelo atelier Aires Mateus no início de 2018. No ano passado, a dupla tinha também vencido o concurso para a requalificação do Museu de Reims, no norte.
A vitória no concurso para o novo campus da TBS data já de Julho do ano passado, no âmbito de uma competição para a qual tinha sido pré-seleccionado, entre outros, o “Pritzker” francês Christian de Portzamparc (autor da Filarmonia do Luxemburgo, por exemplo).
O resultado do concurso só agora foi oficializado, explica Francisco Aires Mateus ao PÚBLICO, porque “houve uma série de avanços e retrocessos relacionados com questões de ordem logística e de administração da cidade, e também com a situação de pandemia”. Isto significa que o projecto, inicialmente previsto para entrar em obra ainda no corrente ano, deverá arrancar apenas em 2021, prolongando-se por dois anos e meio a três anos, prevê o arquitecto.
O projecto para o novo campus, que se destina a albergar uma comunidade de 6500 estudantes, inclui as áreas de didáctica e investigação, um centro desportivo, uma zona de congressos e ainda vários espaços públicos abertos à cidade, descreve o gabinete do atelier Aires Mateus. Serão 34 mil metros quadrados de obra no centro histórico, num investimento orçado em cerca de 80 milhões de euros.
Na memória descritiva do projecto, que propõe vários volumes edificados em relação aberta com áreas verdes e terraços ajardinados em diferentes níveis, Francisco e Manuel Aires Mateus explicam terem respondido ao desafio de “mediar as diferenças de escala do contexto, gerir o impacto da volumetria apontada pelo ambicioso programa do campus e libertar espaço físico e programático capaz de acolher a cidade no seu interior”.
Na acta em que justifica a opção pelo projecto dos arquitectos portugueses, o júri do concurso para a nova TBS, citada pelo site Actu.fr, diz que ele responde às exigências de “optimização das condições de trabalho dos estudantes e do corpo docente, à melhoria das condições de vida e à renovação da identidade do bairro, reconstituindo parte das suas funções desportivas e antecipando as novas exigências ambientais”. Enfim, “um símbolo de uma escola do futuro”.
A construção do novo campus da TBS vai praticamente coincidir com o calendário da ampliação do Museu dos Agostinhos, que a situação de pandemia, associada ao pedido feito ao atelier Aires Mateus para desenhar também a praça envolvente à entrada do museu, fez igualmente adiar para 2021. É ainda para o próximo ano que está previsto o avanço da requalificação do Museu de Reims, “que já está em fase de sondagens”, adianta Francisco Aires Mateus.
Isto significa que, depois de uma primeira obra em França já concretizada, o Centro de Criação Contemporânea Olivier Debré, em Tours, os dois irmãos autores da nova sede da EDP, em Lisboa, deverão ter em 2021, no seu caderno de encargos, um ano maioritariamente francês.
“Aí, devo confessar que não foi muito má esta história do coronavírus, porque, apesar de tudo, motivou um delay que nós aproveitámos para desfasar um bocadinho os projectos. Estava a cair tudo exactamente nas mesmas datas, e conseguimos aproveitar para dar um bom avanço no Museu de Reims, e agora estarmos mais descansados na rentrée para nos dedicarmos mais à Toulouse Business School”, diz Francisco Aires Mateus.