JP pede demissão da ministra da Cultura que acusa de não ter “noção da realidade”

Juventude Popular critica alusão de Graça Fonseca ao “drink de fim de tarde” quando questionada sobre as dificuldades enfrentadas por um grupo de profissionais do sector.

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LUSA/TIAGO PETINGA

A Juventude Popular (JP), estrutura que representa os jovens do CDS-PP, defendeu nesta quinta-feira a demissão da ministra da Cultura e considerou que a falta de “noção da realidade” de Graça Fonseca “demonstra a incapacidade para o lugar”.

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A Juventude Popular (JP), estrutura que representa os jovens do CDS-PP, defendeu nesta quinta-feira a demissão da ministra da Cultura e considerou que a falta de “noção da realidade” de Graça Fonseca “demonstra a incapacidade para o lugar”.

“Mesmo não estando em circunstâncias para festejos, espero que amanhã os agentes culturais de todo o país possam beber um “drink”, para finalmente festejar a demissão da ministra da Cultura e assim poderem ter esperança numa cultura menos elitista e mais digna”, afirma o presidente interino daquela estrutura, em comunicado.

Na segunda-feira, à margem da apresentação de obras de arte contemporânea adquiridas pelo Estado, a ministra da Cultura foi confrontada com a informação de que o grupo informal União Audiovisual está a apoiar semanalmente entre 150 a 160 trabalhadores do sector em dificuldades, e escusou-se a responder.

“Hoje só falo da colecção de arte contemporânea”, disse, convidando em seguida os jornalistas para “um “drink” de fim de tarde”. Na notícia publicada pela Lusa no dia 29 sobre este evento, lê-se que a ministra respondeu também. “Desde o dia em que foi declarado o estado de emergência, tenho conhecimento de muitas situações (...). Eu sei bem as situações em que muitas pessoas estão (...), e precisamente por saber, é que o Governo aprovou há um mês e meio um pacote de 70 milhões de euros”, disse.

Para a Juventude Popular, o sector da cultura e dos eventos “estão a passar por uma crise nunca antes vivida: não estando proibidos de trabalhar, não têm trabalho, e esse é que deveria ser o foco de todo o Governo, em encontrar soluções para este sector” e evitar que seja necessário “mais à frente” o Estado “pagar mais em prestações sociais”.

Francisco Mota salienta que “a política do gosto, da perseguição e da imposição de uma agenda ideológica para a cultura já não se compreendia nem era aceitável, mas gerir a coisa pública sem noção da realidade apenas demonstra a incapacidade para o lugar por parte da ministra”.

Na óptica do presidente da JP, “a cultura merece muito mais e melhor”, nomeadamente “alguém que reconheça o valor das tradições e da cultura portuguesa, que valorize os novos protagonistas culturais e que não faça de Lisboa o centro cultural de um país que é muito mais que a capital”.

“Graça Fonseca não compreendeu que estar no Governo de Portugal não é impor o seu gosto, condicionar a liberdade cultural dos portugueses e gerir para os amigos de sempre com programas elitistas de televisão pagos por todos os portugueses”, acrescenta. A JP lembra ainda que “já tinha pedido a demissão da ministra da Cultura, aquando do episódio com os forcados de Évora, quando Graça Fonseca negou um barrete”.