Economia alemã bate recorde negativo no segundo trimestre
PIB da maior economia europeia caiu 10,1% no período em que a pandemia do novo coronavírus forçou a uma paragem da actividade. Resultado foi pior do que as expectativas
O PIB da maior economia europeia regressou durante o segundo trimestre deste ano ao nível em que se encontrava há dez anos, registando no auge da pandemia do coronavírus uma contracção de 10,1% face ao trimestre imediatamente anterior, o pior resultado de que há registo.
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O PIB da maior economia europeia regressou durante o segundo trimestre deste ano ao nível em que se encontrava há dez anos, registando no auge da pandemia do coronavírus uma contracção de 10,1% face ao trimestre imediatamente anterior, o pior resultado de que há registo.
Os dados publicados esta quinta-feira pelas autoridades estatísticas da Alemanha confirmam aquilo que se esperava, que a economia alemã tinha batido no período entre Abril e Junho deste ano todos os recordes negativos possíveis. Mas ainda foram um pouco mais longe.
Em média, os analistas estavam a apontar para uma variação negativa do PIB no primeiro trimestre de 9%, mas o resultado provisório agora revelado aponta para uma queda de 10,1%. É o pior resultado na série histórica directamente comparável deste indicador, iniciada em 1970.
Em termos homólogos, a variação negativa do PIB no segundo trimestre foi de 11,7%, quando a previsão média dos analistas se situava em 11,3%.
Não foram ainda apresentados dados detalhados sobre o comportamento das diversas componentes do PIB, mas as autoridades estatísticas alemãs dão conta de uma queda a pique tanto das exportações como das importações, com variações muito negativas a registarem-se também no investimento e no consumo.
O segundo trimestre deste ano deverá ter sido o momento em que a contracção económica trazida pela pandemia do coronavírus atingiu o seu ponto mais alto, tanto na Alemanha como na generalidade dos outros países, com a excepção da China, que caiu especialmente no primeiro trimestre.
Para o terceiro trimestre, a expectativa é a de que, com o nível de actividade a níveis muito baixos, se comece a registar uma recuperação progressiva. A maior parte das projecções apontam para que o PIB regresse ao nível pré-crise no espaço de dois anos. No entanto, a velocidade da retoma irá depender crucialmente da evolução da própria pandemia.
A queda mais forte que o esperado da economia alemã constitui um sinal negativo para o resto das economias da zona euro, incluindo a portuguesa. Esta sexta-feira, o Instituto Nacional de Estatística irá também publicar a sua primeira estimativa para a variação do PIB no segundo trimestre do ano, sendo quase certo que um novo recorde negativo venha a ser registado.