Lena d’Água, Capitão Fausto e Camané e Mário Laginha destacam-se nos Prémios Play
A cerimónia de entrega dos Prémios da Música Portuguesa, quarta-feira no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, foi também marcada pelos apelos de apoio à cultura. Dino D’Santiago recordou o actor Bruno Candé Marques, assassinado sábado passado.
Lena d'Água, Capitão Fausto, Camané e Mário Laginha foram os mais distinguidos com os Play - Prémios da Música Portuguesa, atribuídos na quarta-feira em Lisboa, numa cerimónia marcada por apelos de apoio à cultura.
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Lena d'Água, Capitão Fausto, Camané e Mário Laginha foram os mais distinguidos com os Play - Prémios da Música Portuguesa, atribuídos na quarta-feira em Lisboa, numa cerimónia marcada por apelos de apoio à cultura.
Na segunda edição dos Play, realizada no Coliseu de Lisboa com lotação reduzida, distanciamento social e utilização de máscaras pelos convidados por causa da covid-19, o Prémio Carreira foi atribuído aos Xutos & Pontapés. Lena d'Água foi eleita a Melhor Artista Feminina e arrecadou também o prémio da Crítica com o álbum Desalmadamente.
O fadista Camané e o pianista Mário Laginha conquistaram os prémios de Melhor Álbum e Melhor Álbum de Fado pelo registo Aqui Está-se Sossegado. Os dois músicos actuaram na cerimónia, prestando homenagem a José Mário Branco, que morreu em Novembro.
Os Capitão Fausto também tiveram uma dupla distinção ao receberem os Play de Melhor Grupo e de Melhor Canção do Ano, com Amor, a nossa vida, retirado do álbum A Invenção do Dia Claro. Slow J foi eleito o Melhor Artista Masculino, Bárbara Tinoco venceu o prémio Revelação e a cantora brasileira Tainá o prémio Lusofonia.
Ao saxofonista João Mortágua foi atribuído o Play de Melhor Álbum de Jazz por Dentro da Janela e o compositor Luís Tinoco com o Drumming GP venceram o prémio de Melhor Álbum de Música Clássica/Erudita com Archipelago.
Por causa da covid-19, esta foi uma cerimónia “atípica”, como afirmaram as apresentadoras Inês Lopes Gonçalves e Filomena Cautela, mas a noite ficou ainda marcada por apelos de apoio ao sector cultural, fortemente afectado em consequência do novo coronavírus.
“Queremos uma cultura de dignidade e não de caridade, queremos uma cultura com menos drinks e mais medidas para todos aqueles que estão a atravessar momentos complicados, não só na Cultura. Os que têm visibilidade como nós, os invisíveis e aqueles que animam espaços como feirantes, é necessário também olhar por eles”, afirmou o músico Pedro Abrunhosa, num apelo endereçado ao primeiro-ministro.
Durante a cerimónia, transmitida em directo na RTP e na Antena 1, foram também divulgados depoimentos de vários técnicos e profissionais de palco, habitualmente nos bastidores, e que viram a actividade laboral reduzida em contexto de pandemia.
Já o músico Dino D'Santiago recordou o actor Bruno Candé Marques, que morreu baleado no sábado passado, e o músico Branko, que venceu o Play de Melhor Videoclipe com a canção Hear from you, pediu o fim do racismo. “O racismo existe, sim, em Portugal e depende de todos nós fazermos o que for preciso para mudar isso”, afirmou Branko.
A cerimónia incluiu ainda actuações de Lena d'Água, de Papillon com Murta, de Bárbara Bandeira com Kasha, Calema, Ana Bacalhau com Diogo Piçarra, Fernando Daniel com Tainá, Capitão Fausto e Pedro Abrunhosa e Profjam.
As receitas da realização da cerimónia reverterão para o fundo colectivo solidário de apoio à cultura, criado pela cooperativa GDA - Gestão dos Direitos dos Artistas e Audiogest e que conta com 1,35 milhões de euros.
A entrega dos Play esteve inicialmente marcada para 25 de Março, mas acabou por ser adiada devido à pandemia da covid-19.