Apoio a protestos anti-racismo nos EUA desce mas é ainda maioritário
Sondagem indica que o Presidente norte-americano recuperou um pouco as graças aos eleitores do Partido Republicano. Taxa de aprovação geral mantém-se em níveis mínimos, com apenas 38%.
O apoio dos norte-americanos aos protestos anti-racismo e contra a violência policial, alimentados pelo movimento Black Lives Matter, diminuiu desde o homicídio de George Floyd, em Maio. Ainda assim, mais de metade dos inquiridos numa sondagem do instituto Ipsos e da agência Reuters criticam a forma como o Presidente norte-americano, Donald Trump, tem reagido às manifestações.
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O apoio dos norte-americanos aos protestos anti-racismo e contra a violência policial, alimentados pelo movimento Black Lives Matter, diminuiu desde o homicídio de George Floyd, em Maio. Ainda assim, mais de metade dos inquiridos numa sondagem do instituto Ipsos e da agência Reuters criticam a forma como o Presidente norte-americano, Donald Trump, tem reagido às manifestações.
A sondagem, feita entre segunda e terça-feira, indica também que a diferença entre o apoio e a condenação ao envio de agentes federais para alguns estados nas últimas semanas traduz uma grande divisão no eleitorado.
Cerca de quatro em cada dez, a maioria deles do Partido Democrata, dizem que o Presidente Trump apenas está a tentar marcar pontos para a sua candidatura às eleições do dia 3 de Novembro.
A sondagem foi feita na sequência de uma série de confrontos entre manifestantes e a polícia federal em Portland, no estado do Oregon, onde têm ocorrido protestos anti-racismo todas as noites. Trump enviou agentes federais para a cidade, apesar das objecções do presidente da câmara local, com o objectivo declarado de combater “anarquistas e agitadores”.
Para além de Portland, foram também enviados polícias federais para Seattle (Washington), Chicago (Illinois), Kansas City (Missouri) e Albuquerque (Novo México).
De acordo com o inquérito, 52% dos adultos norte-americanos mostram-se solidários com as pessoas que continuam a manifestar-se contra a forma como a polícia trata as minorias, em particular os negros – uma queda de 12 pontos em relação a uma sondagem feita em meados de Junho.
Mas as críticas à resposta do Presidente Trump continuam a recolher a maioria das críticas, com 54% dos inquiridos a desaprovarem a sua actuação – uma descida de quatro pontos em relação ao mês passado.
A descida das críticas a Trump deve-se à subida do apoio entre os eleitores do Partido Republicano: 78% dizem que aprovam agora a forma como o Presidente norte-americano tem gerido os protestos, uma subida de 11 pontos em relação a meados de Junho. Quase nove em cada dez inquiridos do Partido Democrata desaprovam a resposta de Trump aos protestos, um valor que se mantém inalterado.
Campanha eleitoral, ou lei e ordem?
E 42% dos inquiridos dizem acreditar que o envio de polícias federais para vários estados foi apenas uma jogada política do Presidente Trump, com 39% a dizerem que o objectivo foi “restaurar a lei e a ordem” e 19% indecisos.
A resposta a esta questão mostrou uma divisão nos subúrbios, onde Trump tem tentado apresentar-se como o grande defensor da segurança pública. Cerca de 44% dos norte-americanos que vivem nos subúrbios dizem que os agentes federais foram enviados por motivos políticos e 37% consideram que foi uma questão de respeito pela lei e pela ordem.
Na divisão por partidos, 73% dos inquiridos do Partido Democrata acusam Trump de enviar agentes federais por motivos políticos e 76% dos eleitores republicanos dizem que o objectivo foi a reposição da ordem pública.
Em termos gerais, a popularidade do Presidente norte-americano mantém-se em mínimos deste ano, com 38% dos inquiridos a dizerem que aprovam o seu trabalho.
Entre os eleitores registados, o candidato do Partido Democrata, Joe Biden, surge com nove pontos de vantagem sobre Trump.