Madeira: máscara vai passar a ser obrigatória, mesmo na rua

Executivo madeirense anunciou medida esta tarde, numa altura em que a pandemia está controlada e os grandes eventos começam a regressar.

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REUTERS/AMMAR AWAD

A partir do próximo sábado, dia 1 de Agosto, passa a ser obrigatório o uso de máscara social em todo o espaço público na Madeira: mesmo nas ruas. A decisão do governo regional madeirense, avançada durante a manhã pelo PÚBLICO, foi confirmada no final da tarde pelo secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, em conferência de imprensa.

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A partir do próximo sábado, dia 1 de Agosto, passa a ser obrigatório o uso de máscara social em todo o espaço público na Madeira: mesmo nas ruas. A decisão do governo regional madeirense, avançada durante a manhã pelo PÚBLICO, foi confirmada no final da tarde pelo secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, em conferência de imprensa.

“É uma medida preventiva. Uma atitude pioneira”, disse Pedro Ramos aos jornalistas, acrescentando que a região autónoma foi a primeira zona do país a recomendar o uso de máscara social. “Mesmo antes das recomendações da DGS, e agora todos o fazem.”

Pedro Ramos, que anunciou o prolongamento do Estado de Calamidade no arquipélago até ao final de Agosto, não especificou o enquadramento legal da medida, dizendo apenas que será fiscalizada pelas forças de segurança e pela Autoridade Regional das Actividades Económicas. “Está em causa a defesa da saúde pública. Todos os cidadãos devem ter a responsabilidade de não contaminar o próximo”, argumentou, admitindo a existência de coimas para os infractores, ao mesmo tempo que apontava exemplos de países, como Espanha ou Bélgica, onde a obrigatoriedade de utilizar máscara social em todo o espaço público já existe. 

A medida estava a ser equacionada há algumas semanas e estava previsto entrar em vigor só em Setembro, com a abertura do ano lectivo. Mas, segundo escreve o Diário de Notícias da Madeira, e confirmado pelo PÚBLICO, foi decidido antecipar a implementação desta directiva depois de, há duas semanas, uma prova de automobilismo ter levado milhares de madeirenses para as estradas, sem respeitar o distanciamento social.

O presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, foi bastante crítico na altura, e ameaçou suspender outra prova, o Rali Vinho Madeira – que traz à região, em Agosto, os principais pilotos nacionais e muitos internacionais – se não forem cumpridas as orientações das autoridades de saúde. Foi para minimizar o impacto desta prova nos números de covid-19 e responder também aos recorrentes aglomerados de pessoas junto a estabelecimentos de diversão nocturna, que têm motivado intervenções policiais, que o uso de máscaras em todos os locais públicos passa a ser obrigatório na Madeira.

As excepções serão crianças e pessoas com casos clínicos que comprovadamente desaconselhem a utilização de máscara.

Desde o início da pandemia, a Madeira já registou 105 caos de covid-19, dos quais oito continuam activos. Sem vítimas mortais e apenas com uma pessoa a ter passado pelos cuidados intensivos, a região autónoma tem apostado nestas estatísticas para acelerar a retoma do turismo, o principal motor económico do arquipélago.

Depois do Rali Vinho Madeira, em Setembro vai decorrer a tradicional Festa da Flor e a Festa do Vinho. Dois eventos marcadamente turísticos, que as autoridades regionais não querem que se tornem fontes de contágio.

Nos aeroportos da Madeira e de Porto Santo foram montadas unidades de rastreio de covid-19, que fazem testes a quem chega. Até agora, foram detectados cinco casos de infecções através deste sistema de vigilância.