Abate de árvores em obra próxima da Universidade do Minho revolta cidadãos de Braga
Uma dúzia de árvores foi abatida no sábado, no âmbito da requalificação de uma via próxima da universidade, e alguns cidadãos protestaram, esta segunda-feira, no local. Projecto contempla abate de 56 árvores.
O abate de 12 árvores adultas, concretizado na manhã de sábado, num troço da Avenida dos Lusíadas próximo da Universidade do Minho e do Laboratório Ibérico de Nanotecnologia (INL, na sigla inglesa), está a revoltar alguns cidadãos de Braga. Cerca de uma dezena deles reuniu-se esta segunda-feira de manhã no local, em protesto, e viu o veículo envolvido na operação de sábado, embora sem qualquer novo abate. “Tentámo-nos concentrar às 8h, porque às 9h muita gente tinha de ir trabalhar. Vimos o mesmo veículo da empresa que está a realizar a empreitada, a ABB, mas não foram abatidas árvores nenhumas”, disse ao PÚBLICO a presidente do núcleo de Braga da Quercus, Aline Guerreiro.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O abate de 12 árvores adultas, concretizado na manhã de sábado, num troço da Avenida dos Lusíadas próximo da Universidade do Minho e do Laboratório Ibérico de Nanotecnologia (INL, na sigla inglesa), está a revoltar alguns cidadãos de Braga. Cerca de uma dezena deles reuniu-se esta segunda-feira de manhã no local, em protesto, e viu o veículo envolvido na operação de sábado, embora sem qualquer novo abate. “Tentámo-nos concentrar às 8h, porque às 9h muita gente tinha de ir trabalhar. Vimos o mesmo veículo da empresa que está a realizar a empreitada, a ABB, mas não foram abatidas árvores nenhumas”, disse ao PÚBLICO a presidente do núcleo de Braga da Quercus, Aline Guerreiro.
A organização ambientalista reiterou, logo no sábado, que os abates de exemplares entre os 20 e os 40 anos vai resultar na “impermeabilização de mais solo” e na diminuição da “atractividade para o passeio, jogging e ciclismo”. A operação integra a primeira fase da requalificação da Variante da Encosta, que arrancou há uma semana e contempla o prolongamento da ciclovia existente até ao campus universitário, atravessando o local onde se encontravam as árvores. A obra completa tem cinco fases, custa três milhões de euros e prevê ainda a repavimentação integral da artéria e a disponibilização de 20 mil metros quadrados de percursos pedonais.
O desagrado cidadão começou a sentir-se na rede social Facebook no dia em que a requalificação arrancou, com a criação do grupo S.O.S. Árvores da Avenida dos Lusíadas – Braga, que já tem 239 membros. No seio dessa iniciativa, surgiu uma petição pública na Internet, com 2.120 assinaturas até agora recolhidas. Presidente do núcleo da Quercus desde 2019, Aline Guerreiro salientou que o projecto para toda a variante prevê o abate de 56 árvores e criticou o município pela permissão do abate, depois de ter agendado uma reunião com cidadãos para a próxima quarta-feira.
À margem da reunião do executivo municipal decorrida nesta segunda-feira, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, afirmou que a operação estava prevista e ia avançar, houvesse ou não reunião. Apesar de ver o abate como um “desconforto”, mesmo quando a segurança está em jogo, o autarca da maioria PSD/CDS-PP lembrou que essa é, por vezes, a “melhor solução técnica” para dadas obras e prometeu a colocação de novas árvores nas zonas envolventes às dos abates.
A operação realizada no sábado mereceu o repúdio da oposição. O vereador do PS, Artur Feio, argumentou que um projecto assente no abate de árvores é um “projecto falhado”, tendo ainda criticado a falta de baías de estacionamento para transportes públicos. O representante da CDU na vereação, Carlos Almeida, considerou o abate evitável e exigiu a salvaguarda das restantes 44 árvores cuja remoção está prevista.