Algum tempo depois de ter conseguido recuperar da covid-19, e quase um ano depois da revelação pública de que tinha sido acusado de assédio sexual, nos Estados Unidos, por duas dezenas de mulheres, Plácido Domingo vai voltar a ser homenageado pelo Festival de Salzburgo, onde se estreou há 45 anos: no dia 6 de Agosto, o tenor espanhol vai receber o Prémio Austríaco do Teatro Musical pelo conjunto da sua carreira. Mas, em tempo de pandemia, a cerimónia vai ser muito simples, e terá lugar em pleno aeroporto W.A. Mozart, para um grupo restrito de convidados.

Algum tempo depois de ter conseguido recuperar da covid-19, e quase um ano depois da revelação pública de que tinha sido acusado de assédio sexual, nos Estados Unidos, por duas dezenas de mulheres, Plácido Domingo vai voltar a ser homenageado pelo Festival de Salzburgo, onde se estreou há 45 anos: no dia 6 de Agosto, o tenor espanhol vai receber o Prémio Austríaco do Teatro Musical pelo conjunto da sua carreira. Mas, em tempo de pandemia, a cerimónia vai ser muito simples, e terá lugar em pleno aeroporto W.A. Mozart, para um grupo restrito de convidados.

“Plácido Domingo é, sem dúvida nenhuma, um dos maiores artistas do nosso tempo”, disse o presidente do prémio, o tenor e maestro austríaco Karl-Michael Ebner, num comunicado citado pela agência Efe. A escolha do vencedor deste ano do prémio – que já distinguiu figuras como o tenor alemão René Kollo (2019), a mezzo-soprano americana Grace Bumbry (2017) ou o maestro indiano Zubin Mehta (2016) – é da responsabilidade de um júri constituído por jornalistas. Coroa-se assim, argumentam, uma “carreira polifacetada, longa e influente durante décadas, com mais de 150 personagens operáticos no reportório”, além dos sucessos que o tenor espanhol conquistou também “como maestro, director de óperas e descobridor de novos talentos”.

“Com mais de 4.050 apresentações, é um embaixador cultural único”, sintetizou Karl-Michael Ebner, realçando ainda o simbolismo de a homenagem a Domingo acontecer na cidade onde ele fez a sua estreia há 45 anos.

Também em comunicado, Plácido Domingo, de 79 anos, diz ter recebido a notícia da homenagem “com uma grande alegria”, mais ainda por ela precisamente acontecer num festival que o acolhe há mais de quatro décadas. O cantor realça ainda o facto de o prémio mostrar que “a promoção das artes, e especialmente da música, é importante para reunir energias para um novo começo”.

Foi no Festival de Salzburgo que Plácido Domingo foi entusiasticamente recebido e ovacionado no Verão passado, quando aí actuou pela primeira vez em público após ter sido acusado de assédio sexual por várias mulheres, notícia que tinha sido divulgada pouco mais de uma semana antes, a 13 de Agosto, pela Associated Press.

Na sequência destas acusações – que o visado começou por negar, mas cuja veracidade foi depois dada como plausível por uma investigação realizada pelo sindicato norte-americano AGMA (American Guild of Musical Artists) –, Domingo viu-se afastado da direcção da Ópera de Los Angeles, que assumia desde 2003, e viu também canceladas todas as actuações que tinha agendadas naquele país. Mais tarde, viria a assumir “plena responsabilidade” pelos seus erros, e vários teatros de ópera no seu país, e outros na Europa, cancelaram igualmente as actuações do cantor – que, no entanto, continua a ser bem recebido em Salzburgo.