Abuso sexual de crianças na UE aumentou durante o confinamento
Os casos de abuso sexual de crianças na internet aumentaram durante a pandemia - “os pedófilos passavam mais tempo na internet”. Bruxelas quer travar este problema.
Na União Europeia (UE) o número de casos de abuso sexual de crianças, nomeadamente na internet, aumentou com o isolamento, informou esta sexta-feira a Comissão Europeia, apresentando medidas para o combater.
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Na União Europeia (UE) o número de casos de abuso sexual de crianças, nomeadamente na internet, aumentou com o isolamento, informou esta sexta-feira a Comissão Europeia, apresentando medidas para o combater.
“Esta é uma questão muito importante, que tem vindo a aumentar durante a pandemia, [além de que], nos últimos anos, o abuso sexual de crianças tem vindo a crescer exponencialmente”, disse a comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson.
“Durante a pandemia, os pedófilos passavam mais tempo na internet” e segundo investigações das autoridades europeias, estes criminosos também “produziram novos vídeos” que iam publicando em redes de pedofilia online - situação que, de acordo com a comissária, aconteceu um pouco por toda a UE.
“No ano passado, na Europa, tivemos 100 mil novos filmes [de abuso sexual] que foram detectados e é por isso que é tão importante que detectemos e denunciemos para que os países, em conjunto com as forças policias, consigam identificar as crianças e salvá-las”, vincou Ylva Johansson.
O total de casos de abuso sexual de crianças reportados às autoridades na Europa passou de 23 mil em 2010 para 725 mil no ano passado. Estima-se que uma em cada cinco crianças europeias seja vítima de alguma forma de violência sexual.
O colégio de comissários europeus adoptou, esta sexta-feira, um plano de acção para combate ao abuso sexual de crianças, no âmbito da Estratégia Europeia em matéria de Segurança, com medidas para adoptar entre 2020 e 2025.
O que Bruxelas quer fazer
Ylva Johansson afirmou que uma das medidas previstas se centra no que “as empresas de telecomunicações devem fazer para detectar, denunciar e apagar este material”, que é disseminado na internet, visando assim “ajudar as forças policiais” no seu trabalho, com um reforço da legislação neste âmbito.
Outra das ideias é a criação de um centro europeu para receber estas informações disponibilizadas pelas operadoras de internet para, dessa forma, conseguir “descobrir a que Estado-membro [o caso] diz respeito, trabalhar com a aplicação da lei para encontrar a criança e para levar o culpado à justiça”.
Além disso, está prevista a criação de “uma rede para prevenção destes abusos, com especialistas a trabalhar com potenciais pedófilos”, bem como a criação de campanhas de sensibilização e de material mediático, adiantou a comissária europeia.
Acresce, ainda, a revisão do quadro jurídico existente para identificação de eventuais lacunas, o reforço da resposta policial a nível europeu (nomeadamente através da Europol) e ainda o investimento em melhorias das capacidades digitais das autoridades nacionais dos Estados-membros para lidarem como este tipo de crimes.