Ao anoitecer e sem audiência, a Dior levou o folclore italiano à passerelle
Iniciativa da chancela com sede em Paris é um exemplo de como as etiquetas de luxo estão a tentar regressar aos desfiles.
A Christian Dior organizou, na quarta-feira, um desfile de moda ao vivo, mas sem audiência, na cidade italiana de Lecce, numa deslumbrante celebração do artesanato e tradições locais que incluiu um espectáculo de dança que teve como cenário o estilo barroco da praça principal.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Christian Dior organizou, na quarta-feira, um desfile de moda ao vivo, mas sem audiência, na cidade italiana de Lecce, numa deslumbrante celebração do artesanato e tradições locais que incluiu um espectáculo de dança que teve como cenário o estilo barroco da praça principal.
A iniciativa da chancela com sede em Paris é um exemplo de como as etiquetas de luxo estão a tentar regressar à passerelle após o confinamento imposto pela pandemia de covid-19. A Dior transmitiu o espectáculo ao vivo, sem, porém, o habitual leque de celebridades na fila da frente.
- Percorra a fotogaleria em cima com as propostas Cruzeiro da Dior para 2021
Ainda assim, mesmo sem audiência, a marca francesa não prescindiu da extravagância pela qual é reconhecida, incluindo uma orquestra ao vivo e bailarinos a executarem uma coreografia contemporânea embalados por uma melodia tradicional, enquanto os modelos abriam caminho através de uma galeria de luzes na Piazza del Duomo, em Lecce, região de Puglia.
Os trajes da colecção Cruzeiro incluíam vestidos bordados com padrões a lembrar fogo-de-artifício, evocando o folclore italiano, enquanto os desenhos florais do artista Pietro Ruffo foram reproduzidos em vestidos coloridos.
A directora criativa italiana da Dior, Maria Grazia Chiuri, disse que tinha procurado mostrar o artesanato da região da Apúlia, a terra natal do seu pai, reinventando-o. “Compreendi neste processo de onde vem a minha paixão e as minhas origens e por que me sinto tão atraída por este tipo de trabalho, este bordado, esta tradição”, disse Chiuri à Reuters numa entrevista. “Vi a minha avó, as minhas tias, as mulheres que costumavam sentar-se à porta das suas casas e criar este belo trabalho.”
Dior, propriedade da LVMH, apelou à Fundação Costantine, um centro envolvido no empoderamento das mulheres, para fabricar tecidos como macramé e rendas em cor natural, feitos à mão com teares antigos no campo italiano.
Um vestido de marfim, desbotado com dezenas de borboletas e rosas em renda de bilros, foi feito à mão por uma das poucas mulheres ainda capazes de dominar a velha técnica de lacagem.