Autocarro do Desportivo das Aves foi arrestado
“Casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão”, resume advogado Aníbal Pinto, contratado para mediar conflito entre direcção do clube e SAD.
O autocarro do clube Desportivo das Aves foi arrestado pela justiça na sequência de uma alegada dívida da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) junto de um construtor civil. A informação foi avançada pelo jornal desportivo Record e confirmada pelo PÚBLICO junto do advogado Aníbal Pinto, chamado para tentar firmar um acordo entre a direcção da SAD e o presidente do clube.
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O autocarro do clube Desportivo das Aves foi arrestado pela justiça na sequência de uma alegada dívida da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) junto de um construtor civil. A informação foi avançada pelo jornal desportivo Record e confirmada pelo PÚBLICO junto do advogado Aníbal Pinto, chamado para tentar firmar um acordo entre a direcção da SAD e o presidente do clube.
A direcção do Desportivo das Aves está a tentar destituir os órgãos sociais da SAD. No entanto, num processo paralelo, desencadeado pela construtora Engimov, o autocarro da equipa principal está a ser rebocado. Existem ainda outros bens que estão a ser arrestados, avança o Record.
Apesar deste arresto, o empreiteiro de Vila Verde é acusado pelo presidente da SAD, Wei Zhao, de ter recebido mais de milhão e meio de euros para fazer um centro de estágios em Santo Tirso mas ter construído apenas um campo sintético. “Casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão”, resume Aníbal Pinto, numa referência às dificuldades financeiras que o clube está a atravessar.
O arresto é um mecanismo legal cautelar destinado a evitar que os suspeitos de crimes ou de dívidas escondam ou dissipem riqueza antes de serem submetidos a julgamento, permitindo salvaguardar património suficiente para pagarem aquilo que devem.
Académico de Viseu ofereceu autocarro
Recorde-se que está em causa a actual incapacidade da SAD do clube para assumir as obrigações do clube. Além de salários em atraso há quatro meses, a SAD do Aves não pagou os seguros desportivos dos atletas, algo que chegou a colocar em risco a realização do Aves-Benfica, situação que acabou por ser desbloqueada entre a Liga de clubes, a direcção do Aves e a administração da SAD.
Mas continuam em causa muitos outros detalhes. Já vários jogadores rescindiram contrato (Quentin Beunardeau, Raphael Aflalo, Jonathan Buatu, Aaron Tshibola, Estrela, Pedro Delgado, Kevin Yamga, Rúben Macedo e Welinton Júnior) e a SAD já chegou a dizer que a equipa faltaria à partida marcada para domingo, frente ao Portimonense, de forma a “salvaguardar a transparência na luta pela permanência”, receando “não reunir jogadores suficientes e que garantam uma equipa competitiva”.
O arresto do autocarro do Aves significa, além do mecanismo legal adjacente, que a equipa não terá viatura para se deslocar a Portimão. E foi nesse sentido que o Académico de Viseu, clube da II Liga, ofereceu o próprio autocarro para que o Aves viajasse até ao Algarve.