Algarve mergulha no desemprego e desespera pela falta dos britânicos
A crise tem a face mais visível em Albufeira, mas há sinais de inquietação por todo o lado. “Milhares de insolvências” pairam no horizonte, dizem os empresários. As bandeiras “negras” da fome que se ergueram em Setúbal na década de 1980, podem voltar a repetir-se no Outono algarvio.
“Hello, beautiful girls!...” As três jovens, de peles ainda não bronzeadas pelo sol, sorriem. Seguem em frente, fingindo ignorar o olhar do empregado, de máscara na cara, que lhes mostra a ementa para o jantar. Os apelos da restauração, sem êxito, são uma constante na cidade que diz ser a capital do turismo algarvio. Os ingleses ficaram em casa, e quem os servia à mesa ficou de mão estendida. O panorama geral da região é desolador, mas este concelho está a ser particularmente atingido por uma crise sem precedentes. Seis associações empresariais da região fizeram, na semana passada, um apelo ao Governo para que “intensifique a sua política” junto das autoridades britânicas. A manutenção da exigência da quarentena, enfatizam, “pode originar milhares de insolvências”.