Autoridades acompanham abrigo ilegal de cães na Feira

Espaço não pode ser licenciado mas animais têm sido retirados. Já foram 170 mas não são hoje mais que 65, explica a autarquia.

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Autarca alerta para incapacidade dos municípios perante a dimensão do abandono de animais Nelson Garrido

A GNR, a Câmara de Santa Maria da Feira e o respectivo veterinário municipal estão a realizar esta terça-feira uma acção de fiscalização a um canil ilegal na freguesia de Canedo. A fiscalização foi desencadeada na sequência de denúncias sobre a existência deste abrigo, no decurso do incêndio de Santo Tirso, mas este espaço já é bem conhecido do município, que acompanha o que ali se passa, explicou ao PÚBLICO o vereador Vítor Marques.

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A GNR, a Câmara de Santa Maria da Feira e o respectivo veterinário municipal estão a realizar esta terça-feira uma acção de fiscalização a um canil ilegal na freguesia de Canedo. A fiscalização foi desencadeada na sequência de denúncias sobre a existência deste abrigo, no decurso do incêndio de Santo Tirso, mas este espaço já é bem conhecido do município, que acompanha o que ali se passa, explicou ao PÚBLICO o vereador Vítor Marques.

O autarca adiantou que a Câmara da Feira tem neste momento um conflito judicial com os proprietários do espaço, criado em 2014, pelo que se recorda mas notou que, perante a impossibilidade de determinar o encerramento imediato do abrigo, foram tentando, ao longo do tempo, minimizar a situação. Segundo Vítor Marques, o canil intermunicipal utilizado pelos vários municípios das Terras de Santa Maria não tem capacidade para acolher todos os cães instalados em Canedo, que serão, hoje em dia, cerca de 65, contabilizou. 

Esses animais estão no entanto a ser mantidos em condições mínimas, sem sinais de doenças e de subnutrição e foi permitido que ali se fizessem algumas obras de melhoramento das instalações. Informalmente, acrescentou ainda, graças ao apoio de um benemérito, a maior parte dos cães, que já chegaram a ser 170, têm sido entregues a associações, que lhes arranjam novos donos.

O autarca disse ao PÚBLICO que a intenção de encerrar o espaço será concretizada se for essa a indicação do tribunal, mas insistiu na necessidade de ser encontrada uma solução global para o problema do abandono animal. Que, na sua perspectiva foi agudizado pela proibição de abates nos canis municipais, uma legislação boa, mas precipitada, na sua perspectiva, partilhada por vários profissionais ouvidos pelo PÚBLICO neste fim-de-semana. 

Nenhum município tem meios para resolver esta situação, alertou Vítor Marques, lembrando que muita gente abandona cães e gatos longe dos locais onde mora, muitas vezes em concelhos vizinhos. O autarca tem ainda a percepção nítida de que a crise económica associada à pandemia de covid-19 só veio aumentar ainda o número de animais abandonados por famílias sem capacidade para os alimentar, o que vem aumentar ainda mais as dificuldades já sentidas para lidar com o problema.