CDS critica “resposta ideológica” do Governo na saúde
Francisco Rodrigues dos Santos insiste na necessidade de contratualização com o sector social e privado
O líder do CDS-PP acusou esta segunda-feira António Costa de dar à pandemia “uma resposta ideológica”, instando o Governo a contratualizar com os sectores privado e social meios que reforcem a capacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
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O líder do CDS-PP acusou esta segunda-feira António Costa de dar à pandemia “uma resposta ideológica”, instando o Governo a contratualizar com os sectores privado e social meios que reforcem a capacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“No CDS, não colocamos a ideologia à frente das pessoas. O Governo tem procurado, infelizmente, dar uma resposta ideológica à pandemia em vez de criar condições para que os doentes tenham acesso às consultas e aos tratamentos de que precisam, independentemente de quem é a propriedade da unidade hospitalar”, disse o presidente dos centristas.
Francisco Rodrigues dos Santos, que falava aos jornalistas no Hospital de São João no Porto, depois de ter estado reunido cerca de uma hora com o presidente da administração desta unidade hospitalar, insistiu na necessidade de ser criado “um programa excepcional para recuperação das filas de espera e do adiamento e cancelamento das cirurgias, das consultas e dos exames complementares de diagnóstico”.
“Existiu uma contracção da actividade do SNS de mais de 50% e os números indicam que em Portugal, comparado com o período homologo do ano anterior, ocorreram menos 3,9 milhões de consultas, menos 93.000 cirurgias e a taxa de mortalidade disparou. Os portugueses precisam de ajuda porque continuam a necessitar de cuidados médicos e esse é um direito que tem de estar a ser garantido pelo Governo”, disse o líder do CDS-PP.
Para Francisco Rodrigues dos Santos, a verba de 500 milhões de euros inscritos no orçamento rectificativo para a saúde “não chega”, sendo do seu ponto de vista “fundamental” contratualizar com o sector social e particular porque, acrescentou, “o SNS é um instrumento precioso para garantir acesso e equidade na saúde, mas o Estado não tem de ser o único prestador”.
“Reafirma a necessidade de ser criado um programa excepcional para recuperação das filas de espera e do adiamento e cancelamento das cirurgias, das consultas e dos exames complementares de diagnóstico. O orçamento rectificativo alocou 500 milhões de euros para a saúde, mas já 850 milhões de euros para o Novo Banco e para a TAP são 1,3 mil milhões de euros. Este cenário é altamente preocupante”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos.
O líder do CDS também se mostrou preocupado com a preparação do país para uma eventual segunda vaga da pandemia associada ao novo coronavírus no inverno pelo que, insistindo a “complementaridade” entre sectores, exigiu “mais resposta para as pessoas”, lembrando que muitas “ainda têm receio de aceder ao SNS”.
“É preciso mais investimento de meios e não apenas 500 milhões e um planeamento na segunda vaga e sem suspensão das consultas, exames e cirurgias”, frisou.