Cientistas neozelandeses anunciam novo sistema que prevê erupções vulcânicas

Novo sistema poderia ter evitado a tragédia causada pela erupção do vulcão Whakaari, em Dezembro de 2019. A detecção é feita recorrendo a algoritmos avançados e inteligência artificial para prever futuras erupções de grande escala.

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Erupção do vulcão Whakaari, na Nova Zelândia, causou a morte de 21 pessoas em Dezembro de 2019 Jorge Silva/Reuters

Cientistas da Nova Zelândia anunciaram esta segunda-feira que desenvolveram um novo sistema de alerta para erupções vulcânicas, e que, segundo os investigadores, poderia ter evitado a tragédia de White Island, onde 20 pessoas morreram em Dezembro.

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Cientistas da Nova Zelândia anunciaram esta segunda-feira que desenvolveram um novo sistema de alerta para erupções vulcânicas, e que, segundo os investigadores, poderia ter evitado a tragédia de White Island, onde 20 pessoas morreram em Dezembro.

O novo sistema, desenvolvido por uma equipa da Universidade de Auckland, usa algoritmos avançados e inteligência artificial para “aprender” os padrões gerados pelos dados e prever futuras erupções.

“Este sistema detecta os tipos de erupção que provavelmente serão fatais”, disse o investigador Shane Cronin, que trabalhou neste projecto com Kempa-Liehr e David Dempsey.

Os cientistas acreditam que, tendo um sistema de alerta precoce como o que desenvolveram, a Nova Zelândia poderia ter evitado a tragédia causada pelo Whakaari, que entrou em erupção a 9 de Dezembro de 2019, quando estava em estado de alerta 2 (actividade vulcânica leve) numa escala de 5. A erupção surpreendeu centenas de turistas na ilha, onde 20 pessoas morreram.

Segundo os cientistas da Universidade de Auckland, a erupção foi precedida por uma forte explosão de energia sísmica, cerca de 17 horas antes de ser detectada pelos actuais sistemas de alerta.

“Acreditamos que era um sinal de que o fluido magmático fresco estava a subir e a pressionar a água presa nas rochas superficiais e depósitos soltos que enchiam os respiradouros”, disse David Dempsey.

O investigador da Nova Zelândia explicou que a explosão sísmica que precedeu a erupção “é o indicador mais comum” de uma explosão iminente e que esse sinal de alerta “poderia ter sido detectado quase instantaneamente pelo sistema”, permitindo que as autoridades fossem notificadas e a tragédia evitada.

A Nova Zelândia, que tem intensa actividade sísmica e vulcânica, não possui um sistema avançado de alerta em tempo real para erupções e depende de um sistema de informações que não é actualizado com frequência.