Duas cabeleireiras estavam infectadas, mas usaram máscaras. Os 139 clientes que atenderam não foram infectados

As autoridades de saúde monitorizaram as 140 pessoas que estiveram em contacto com as profissionais: nenhuma apresentou sintomas ou testou positivo nas duas semanas que se seguiram à visita ao salão de beleza.

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Fotografia de arquivo de um salão de beleza em Viena Reuters/LISI NIESNER

O uso de máscaras por duas cabeleireiras infectadas com covid-19 poderá ter neutralizado um surto que poderia ter atingido milhares de pessoas. A história consta de um relatório do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) baseado num estudo e dá conta e que duas profissionais infectadas com covid-19 que, em Maio, tiveram contacto com 140 pessoas num salão em Springfield, no estado do Missouri.

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O uso de máscaras por duas cabeleireiras infectadas com covid-19 poderá ter neutralizado um surto que poderia ter atingido milhares de pessoas. A história consta de um relatório do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) baseado num estudo e dá conta e que duas profissionais infectadas com covid-19 que, em Maio, tiveram contacto com 140 pessoas num salão em Springfield, no estado do Missouri.

Durante a semana em que trabalharam infectadas, as cabeleireiras usaram máscara. As autoridades de saúde monitorizaram as 140 pessoas que estiveram em contacto com as profissionais: nenhuma apresentou sintomas ou testou positivo nas duas semanas que se seguiram à visita ao salão de beleza.

As duas cabeleireiras trabalharam cerca de uma semana antes de apresentarem sintomas relacionados com a infecção por covid-19, numa altura em que os negócios em Springfield tinham começado a reabrir. A região tinha poucos casos diários, algo que levou uma das cabeleireiras a ignorar a tosse e febre que indicaram uma possível infecção. A mulher continuou a trabalhar durante dois dias depois de fazer o teste à covid-19. O estudo mostra ainda que ambas as cabeleireiras conviveram sem equipamentos de protecção nos intervalos.

As conclusões deste trabalho apontam para as recomendações do uso de máscara defendidas pela comunidade científica. “Isto mostra o poder da cobertura da cara, especialmente dentro de espaços fechos”, afirmou, ao The New York Times, Nadia Abuelezam, uma especialista em doenças infecciosas da Universidade de Boston. O biólogo matemático na Universidade do Texas, Juan B. Gutiérrez, diz que a importância do uso de máscaras sai reforçado. “Se conseguirmos passar esta mensagem de forma consistente às pessoas, talvez possamos conter [o vírus]”, acredita.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mudou recentemente de opinião quanto ao uso de máscaras em público. Durante meses, Trump desvalorizou a pandemia, recusando decretar o confinamento obrigatório, entrando em choque directo com os governadores que o fizeram, e a usar máscara. As suas declarações alimentaram um alargado movimento anticonfinamento, que depois se transformou num antimáscaras, alicerçado em argumentos anti-Governo federal e de liberdade individual – os mesmos argumentos usados na pandemia de 1918. Numa visita a um hospital militar, o Presidente surgiu de máscara, cedendo a uma pressão que estava a ganhar cada vez mais apoio junto dos senadores republicanos.