Vamos lá falar de negligência parental, pais e mães!
Pais e mães que entopem os tribunais com processos de alegada negligência com este tipo de argumentos, pensem no bem-estar dos vossos filhos e centrem-se realmente nos seus interesses.
A negligência parental é uma forma de mau trato que se caracteriza pela omissão. Omissão na prestação dos cuidados que satisfazem as necessidades básicas da criança (a nível da alimentação, higiene, repouso, saúde ou educação), de envolvimento afectivo ou de supervisão (dificuldade em exercer o controlo e supervisão parentais). Isto é negligência.
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A negligência parental é uma forma de mau trato que se caracteriza pela omissão. Omissão na prestação dos cuidados que satisfazem as necessidades básicas da criança (a nível da alimentação, higiene, repouso, saúde ou educação), de envolvimento afectivo ou de supervisão (dificuldade em exercer o controlo e supervisão parentais). Isto é negligência.
Não dar à criança os iogurtes da marca x, dar bolachas muito perto da hora do jantar, usar um creme hidratante que se vende no supermercado, cortar as unhas de uma forma imperfeita ou permitir que a criança use a mesma escova de dentes durante mais de 3 meses não é negligência! São apenas argumentos fúteis e absurdos que os pais usam e abusam como forma de tentar impedir os contactos das crianças com o outro progenitor. Isto não é negligência.
Os pais separam-se ou divorciam-se e, cegos pela raiva e desejo de vingança, levam tudo à frente. Que é como quem diz, envolvem os filhos nestas guerras estúpidas (perdoem-me a linguagem, mas não encontro um adjectivo mais adequado). Transformam as crianças em pombos-correio, fazem-nos sentir culpa por gostarem de ambos os pais e obrigam-nos a crescer encurraladas em conflitos de lealdade e em sofrimentos que, à medida que o tempo passa, crescem com elas. Apregoam aos sete ventos que estão muito preocupados com o bem-estar dos filhos mas, em boa verdade, estão apenas centrados em sim mesmos. As crianças são apenas um meio para atingir um fim.
Posto isto, importa salientar que, apesar do outro progenitor poder ter um padrão parental um pouco diferente, isso não significa necessariamente que seja pior. Mesmo durante a relação conjugal, os pais apresentam tantas vezes padrões divergentes. Uns são mais apologistas de determinadas regras, outros mais condescendentes e menos controladores. Uns são mais protectores (às vezes, até em demasia), outros dão mais espaço para que a criança arrisque e explore o mundo à sua volta. As crianças aprendem a lidar com estas diferenças que, em bom rigor, as estimulam de forma diferente e complementar.
Pais e mães que entopem os tribunais com processos de alegada negligência com este tipo de argumentos, pensem no bem-estar dos vossos filhos e centrem-se realmente nos seus interesses.
Advogados que dão palco a este tipo de acusações, vertidas depois em alegações intermináveis, sejam firmes e tentem ajudar estes pais a encontrar algum bom senso e razoabilidade. No meio de tanta zanga e incapacidade em olhar para a criança, são muitas vezes os advogados que ainda têm algum poder sobre estes pais.
Estas acusações sem qualquer consistência nem fundamento prejudicam acima de tudo as crianças que, não sendo negligenciadas, se vêem enredadas nestes processos judiciais infindáveis. Prejudicam também os pais acusados, tantas vezes obrigados a pensar trinta mil vezes na marca do leite ou das fraldas que compram, receando já futuras acusações.
Uma tristeza.