Perímetro de segurança evitou invasão à Alameda, mas a caravana não se deteve e seguiu para os Aliados

O FC Porto é campeão. A partir de certa altura, sabia-se que era apenas uma questão de tempo. O que não se sabia era que o azul forte das festas na Alameda e da baixa portuense daria lugar a um cordão sanitário que obrigou os milhares de devotos a uma festa mais contida, pelo menos no início.

Fotogaleria

A pandemia não conhece títulos e os portistas fizeram questão de dar o exemplo, depois da recepção efusiva na ronda anterior. No Dragão, o forte contingente policial manteve os adeptos mais destemidos à distância, alargando o perímetro, isolando o clássico. Mas nada pôde fazer quanto aos gritos e às varandas com vista para o estádio.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A pandemia não conhece títulos e os portistas fizeram questão de dar o exemplo, depois da recepção efusiva na ronda anterior. No Dragão, o forte contingente policial manteve os adeptos mais destemidos à distância, alargando o perímetro, isolando o clássico. Mas nada pôde fazer quanto aos gritos e às varandas com vista para o estádio.

O golo de Danilo ouviu-se ainda melhor, dispensando transmissões ou aplicações instantâneas. Os foguetes estavam prontos e não esperaram nem mais um segundo, a vitória até podia escapar, mas o 29.º título já não esperaria pelas últimas duas jornadas.

Aos poucos as ruas da Invicta foram-se enchendo e a festa acabou por fazer-se. Especialmente ao ritmo das buzinas, que encurtaram o distanciamento social e chamaram mais e mais “dragões” para os festejos.

Com os novos campeões temporariamente sós no estádio, ainda que num registo muito semelhante ao de outras conquistas, a celebração ganhava contornos de exclusividade, sem adeptos.

Mesmo assim, os portistas não resistiram à tentação. Muitos esqueceram os apelos das autoridades de saúde, arriscando mais um pouco. Impedidos de invadir a Alameda, enquanto muitos se mantiveram firmes para assistir à saída da equipa, a maioria dirigiu-se para o centro da Invicta, engrossando a caravana “azul e branca”.

Nos Aliados, as emoções seguiam à boleia dos muitos carros que, inevitavelmente, se acumulavam nos acessos à sala de visitas da cidade, ainda que o cenário estivesse longe de poder competir com as enchentes de outras romarias. Contudo, apesar de todos os cuidados para evitar concentrações, rapidamente se percebeu que a “bolha” de segurança oferecida pelos carros seria abandonada, criando uma atmosfera mais próxima do que seria normal, com a multidão a ganhar contornos cada vez mais preocupantes.

Depois de cancelado o S. João, o desejo de desforra e de poder ficar mais um pouco era o grande argumento. Mas a dispersão não tardaria, até porque o cortejo da equipa estava fora de questão, tendo o único contacto com os jogadores sido feito à saída do Dragão, sempre com naturais restrições.