EDP aumenta capital em mil milhões para comprar renováveis à Viesgo

Acordo inclui 24 parques eólicos e duas centrais mini-hídricas localizadas em Espanha e Portugal

Foto
Paulo Pimenta

A EDP, através da sua participada EDP Renováveis (EDPR) chegou a acordo com fundos geridos pela Macquarie Infrastructure e Real Assets para a compra do negócio de energias renováveis da Viesgo, com ‘enterprise value’ de 565 milhões de euros, foi comunicado esta quarta-feira ao mercado. Para financiar a operação, a EDP, dona de 82,6% da EDPR, vai aumentar o capital em mais de mil milhões de euros, revelou o grupo em comunicado distinto.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A EDP, através da sua participada EDP Renováveis (EDPR) chegou a acordo com fundos geridos pela Macquarie Infrastructure e Real Assets para a compra do negócio de energias renováveis da Viesgo, com ‘enterprise value’ de 565 milhões de euros, foi comunicado esta quarta-feira ao mercado. Para financiar a operação, a EDP, dona de 82,6% da EDPR, vai aumentar o capital em mais de mil milhões de euros, revelou o grupo em comunicado distinto.

“A EDP Renováveis, S.A. (“EDPR”) alcançou um acordo com determinados fundos geridos pela MIRA - Macquarie Infrastructure e Real Assets (em conjunto com os fundos que gere), actualmente os únicos accionistas da Viesgo, para a aquisição do controlo sobre o negócio de energias renováveis da Viesgo”, lê-se no comunicado remetido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Este negócio é composto por 24 parques eólicos e duas centrais mini-hídricas localizadas em Espanha e Portugal, com capacidade instalada líquida total acima de 500 MW”, adianta a comunicação da renovável portuguesa ao mercado.

A eléctrica vai ainda comprar as duas centrais de geração térmica da Viesgo no sul de Espanha, que “potencialmente irão incorporar direito aos pontos de ligação à rede, de acordo com o Green Deal Investment Plan and Just Transition Mechanism da União Europeia, após o descomissionamento das centrais térmicas em 2021”.

A EDPR explica que o acordo celebrado prevê também o estabelecimento de uma parceria de longo prazo com a MIRA para os negócios de redes de distribuição de electricidade em Espanha.

De acordo com a informação publicada pela EDPR, o montante a ser pago pela empresa agora liderada por Rui Teixeira - depois de Manso Neto ter sido na semana passada suspenso de funções no âmbito do Caso EDP - corresponde a um ‘enterprise value’ (valor de mercado) de 565 milhões de euros.

Aumento de capital da EDP

“A transacção da Viesgo será parcialmente financiada através de uma oferta pública de subscrição de 1020 milhões de euros, um aumento de capital social com subscrição totalmente garantida até um máximo de 309.143.297 novas acções da EDP, representativas de um total de aproximadamente 8,45% do capital social da EDP, com subscrição reservada a accionistas no exercício dos seus direitos de preferência e outros investidores que adquiram direitos de subscrição”, lê-se na informação remetida ao mercado.

O conselho de administração aprovou esta quarta-feira, por unanimidade, a emissão de acções.

O Banco Comercial Português (BCP), a J.P. Morgan Securities plc, o Morgan Stanley & Co. International plc, o BNP Paribas, o BofA Securities Europe SA e o Goldman Sachs International, por seu turno, comprometeram-se a procurar subscritores ou a “subscreverem em seu nome qualquer nova acção não subscrita no âmbito da emissão de acções”.

Na sessão desta quarta-feira da bolsa, as acções da EDPR cederam 1,76% para 13,36 euros.