Luís Filipe Vieira e SAD do Benfica constituídos arguidos em investigação do fisco
Autoridades investigam alegadas irregularidades fiscais nas contas dos “encarnados”. CMVM suspendeu negociação de acções.
A SAD do Benfica e o seu presidente, Luís Filipe Vieira, foram, na segunda-feira, constituídos arguidos num processo que investiga alegadas irregularidades fiscais nas contas dos “encarnados”. O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, foi ouvido no âmbito desta investigação, confirmou ao PÚBLICO fonte oficial dos “encarnados”, que adiantou que os advogados do clube já apresentaram um requerimento para saber se este processo se encontra sob segredo de justiça.
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A SAD do Benfica e o seu presidente, Luís Filipe Vieira, foram, na segunda-feira, constituídos arguidos num processo que investiga alegadas irregularidades fiscais nas contas dos “encarnados”. O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, foi ouvido no âmbito desta investigação, confirmou ao PÚBLICO fonte oficial dos “encarnados”, que adiantou que os advogados do clube já apresentaram um requerimento para saber se este processo se encontra sob segredo de justiça.
A Autoridade Tributária lidera as diligências, num caso que terá tido início em 2018 e estará relacionado com o IRS e o IRC das contas das “águias”. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu, na tarde desta terça-feira, a negociação das acções da Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD, avançou o regulador em comunicado.
A notícia foi avançada esta terça-feira pelo jornal A Bola que escreve que o dirigente das “águias”, a Benfica SAD e a Benfica Estádio terão sido constituídas arguidos no âmbito da Operação Saco Azul. O clube, porém, não confirma esta informação veiculada pelo diário desportivo. Questionada pelo PÚBLICO, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma que, na segunda-feira, foram constituídos três arguidos nestas investigações – uma pessoa singular e duas colectivas. O CEO do Benfica, Domingo Soares de Oliveira, e Miguel Moreira, director financeiro das “águias”, também deverão ser ouvidos neste processo.
Apesar de confirmarem as investigações feitas às finanças do clube, os “encarnados” rejeitam que as diligências estejam relacionadas com a Operação Saco Azul. O clube diz que este processo se prende apenas com questões fiscais. A PGR apenas adianta que O Ministério Público investiga “factos susceptíveis de integrarem crime de fraude fiscal”. Luís Filipe Vieira poderá ainda ser acusado no âmbito da Operação Lex, num processo onde são investigados crimes de corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influências e fraude fiscal.
A investigação da Operação Saco Azul foi conhecida em 2018, com o Estádio da Luz a ser alvo de buscas por três vezes. No dia 6 de Junho de 2018, o PÚBLICO noticiou que o Ministério Público investigava as suspeitas de crimes de branqueamento de capitais e fraude fiscal, cumprindo oito mandados de busca (três domiciliárias e cinco não domiciliárias). Duas das entidades visadas por estas buscas foram a Sport Lisboa e Benfica SAD e a Benfica Estádio Construção Gestão Estádios, SA.
As autoridades suspeitavam que tivessem sido retirados dos cofres dos “encarnados” mais de 1,8 milhões de euros, que acabariam depois por ser levantados em numerário. Este dinheiro sairia do clube através de prestações de serviço fictícias com várias empresas, uma das quais da área da informática.