Futebol com público: franceses experimentaram e estão orgulhosos
Ministra dos Desportos mostrou-se “encantada” com os 4890 espectadores do Le Havre-PSG. Fasquia poderá ser revista em alta nas próximas semanas.
Em França, o futebol já é de todos. Com máscaras, distanciamento social e sentidos de circulação bem definidos, os adeptos de futebol já podem “ir à bola”, ainda que, em muitos casos, não preencham sequer um quinto da lotação do estádio – está, para já, definido que apenas cinco mil pessoas podem entrar. E, entre os “Big 5” (os cinco principais campeonatos europeus), a Ligue 1 foi a primeira a recuperar os espectadores.
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Em França, o futebol já é de todos. Com máscaras, distanciamento social e sentidos de circulação bem definidos, os adeptos de futebol já podem “ir à bola”, ainda que, em muitos casos, não preencham sequer um quinto da lotação do estádio – está, para já, definido que apenas cinco mil pessoas podem entrar. E, entre os “Big 5” (os cinco principais campeonatos europeus), a Ligue 1 foi a primeira a recuperar os espectadores.
Cerca de quatro meses depois do último jogo com voz e presença humanas nas bancadas, a ideia lançada pelo Governo francês, em Junho, teve, nos últimos dias, aplicação prática. Já houve equipas de divisões secundárias a fazerem jogos particulares e, no último domingo, foi o PSG a entrar em campo.
No Stade Océane, na Normandia, frente ao Le Havre (II divisão), 4890 pessoas viram a equipa da capital golear por 0-9, num jogo que serviu de preparação para o que aí vem: final da Taça de França (24 de Julho), final da Taça da Liga francesa (31 de Julho) e regresso da Liga dos Campeões (12 de Agosto).
Não faltou público, não faltou som ambiente – o real, não o colocado pelas televisões – e não faltaram olhos humanos a fitar os jogadores e a celebrar golos. E não faltou Neymar. Nem Mbappé. Nem Di María ou Icardi. Não faltou sequer a ministra dos Desportos, Roxana Maracineanu, ou até o ex-primeiro ministro Édouard Philippe. Com as medidas necessárias, houve craques e pompa no regresso do futebol com público.
Orgulho gaulês
Mais do que na goleada ou no futebol, o foco francês está, para já, no orgulho nacional. Roxana Maracineanu, Ministra dos Desportos, olhou para esta partida como “uma vitória para o futebol francês e para o desporto em geral”. E foi mais longe: “Fomos o único país da Europa Ocidental a fazer isto (…) estou encantada por o futebol em França poder ser retomado de uma forma popular, com pessoas nos estádios”.
Tambem Thomas Tüchel, treinador do PSG, se mostrou satisfeito: “Foi uma surpresa, porque na Alemanha, em Espanha, em Inglaterra e em Itália eles ainda jogam sem público. E nós gostamos disto [ter adeptos]. Muda, realmente, a nossa mentalidade”. “Mas o mais importante não é que um treinador quer adeptos. O importante é que todos estejam saudáveis”, disparou.
Os franceses estão, nesta fase, num estado que pode definir-se como “dar a mão, mas pedir logo o braço”. O Governo permitiu as cinco mil pessoas – regra em vigor até ao final de Agosto –, mas, em França, já se fala de mais do que isso, sobretudo para as finais das Taças, marcadas para o “gigante” Stade de France, com capacidade para 80 mil pessoas.
E é o próprio executivo gaulês que deixa a possibilidade em aberto, estudando o cenário de adaptar o número de pessoas à capacidade do recinto – em Saint Denis, haverá margem mais do que suficiente para superar as cinco mil pessoas.
“Vamos ver se podemos considerar que os eventos desportivos podem beneficiar de um indicador relativo, isto é, uma percentagem de pessoas presentes em relação à área do recinto”, anunciou a ministra dos Desportos, acrescentando: “Existe uma cláusula de revisão em meados de Julho. Juntamente com os ministros envolvidos, vamos levar este assunto ao Conselho de Defesa no prazo de uma semana”.