Feijóo conquista maioria absoluta na Galiza, Urkullu sai reforçado no País Basco
Eleitores apostaram na continuidade e deram mais poder aos dois partidos que governam a Galiza e o País Basco. Esquerda nacionalista sai reforçada nas duas regiões, enquanto o Podemos afunda-se.
Em tempos de incerteza e nas primeiras eleições durante a pandemia de covid-19, os eleitores da Galiza e do País Basco optaram no domingo pela estabilidade e pela continuidade, reforçando as maiorias que já estavam no poder.
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Em tempos de incerteza e nas primeiras eleições durante a pandemia de covid-19, os eleitores da Galiza e do País Basco optaram no domingo pela estabilidade e pela continuidade, reforçando as maiorias que já estavam no poder.
Na Galiza, o Partido Popular (PP) confirmou a sua quarta maioria absoluta consecutiva e atingiu o seu melhor resultado de sempre, obtendo 48% dos votos, o que lhe permitiu manter os mesmos 41 deputados conquistados em 2016. Já no País Basco, o Partido Nacionalista Basco (PNV) obteve 40% dos votos, arrecadando 31 deputados, mais dois que há quatro anos. No entanto, o partido ficou a sete mandatos da maioria absoluta e precisará do apoio do PSOE – que elegeu dez deputados, mais um do que nas últimas eleições – para governar.
As duas eleições estiveram marcadas para Abril, mas acabaram por ser adiadas devido à pandemia de covid-19. Tal como era expectável, a abstenção aumentou nas duas regiões: foram às urnas 59% dos galegos e 53% dos bascos, menos cinco e sete pontos percentuais, respectivamente, em relação às últimas eleições regionais.
Ao manter a maioria e reeleger-se como presidente da Xunta da Galiza, Alberto Núñez Feijóo foi o grande vencedor da noite e deu uma lição ao PP. Segundo o El País, Feijóo, que chegou a ser apontado à liderança do partido conservador espanhol há dois anos, adoptou um discurso mais moderado e ao centro do que o PP de Pablo Casado a nível nacional e, além do resultado histórico, deixou o Vox, de extrema-direita, e o Cidadãos, de centro-direita, fora do parlamento regional.
O outro grande vencedor na Galiza foi o Bloco Nacionalista Galego (BNG) que subiu de seis para 19 mandatos, ultrapassando o PSOE, apesar de os socialistas terem aumentado a sua representação com mais um mandato. Tal como o Cidadãos e o Vox, o Podemos, parceiro de coligação de Pedro Sánchez no Governo espanhol, ficou fora do Parlamento galego, e, no País Basco, ficou-se pelos seis mandatos, menos cinco que há quatro anos.
Apesar de não ter conseguido um resultado tão expressivo quanto Feijóo na Galiza, Iñigo Urkullu deverá ser reeleito pela terceira vez como lehendakari (presidente do governo) do País Basco. Com o apoio dos nacionalistas bascos ao Governo de Pedro Sánchez, é praticamente certo que o PSOE dê novamente a mão ao PNV, permitindo-lhe governar mais quatro anos.
A noite eleitoral no País Basco também trouxe boas notícias à esquerda nacionalista do Bildu, que conseguiu 27% e 22 deputados, mais cinco que nas últimas eleições, cimentando o seu segundo lugar enquanto maior partido da região e deixando a concorrência à esquerda mais longe. Além disso, juntos, os dois partidos nacionalistas bascos (PNV e Bildu) conseguiram 67% dos votos.
Ainda no País Basco, é de realçar a derrota da coligação entre PP e Cidadãos, que não foi além dos cinco deputados, menos quatro do que os mandatos conquistados em 2016 pelo PP. Já o Vox conseguiu entrar pela primeira vez no parlamento regional, elegendo um deputado pela província de Álava, onde conseguiu ultrapassar a barreira dos 3%.