Há 121 casos por 100 mil habitantes nas freguesias confinadas da Grande Lisboa — o país vai manter-se a três velocidades
País vai manter-se genericamente em estado de alerta, a Área Metropolitana de Lisboa em estado de contingência e as 19 freguesias de Lisboa, Amadora, Odivelas, Loures e Sintra em situação de calamidade.
O país vai manter-se a três velocidades por mais duas semanas. A ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, anunciou na tarde desta segunda-feira que o estado de calamidade se irá prolongar por mais 15 dias nas 19 freguesias da região de Lisboa, onde a propagação do novo coronavírus motiva maior preocupação. Mas nem tudo são más notícias. Ao longo das duas últimas semanas, registou-se uma “tendência decrescente” no surgimento de novos casos nos cinco concelhos: a taxa de incidência passou de 154 para 121 casos por 100 mil habitantes.
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O país vai manter-se a três velocidades por mais duas semanas. A ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, anunciou na tarde desta segunda-feira que o estado de calamidade se irá prolongar por mais 15 dias nas 19 freguesias da região de Lisboa, onde a propagação do novo coronavírus motiva maior preocupação. Mas nem tudo são más notícias. Ao longo das duas últimas semanas, registou-se uma “tendência decrescente” no surgimento de novos casos nos cinco concelhos: a taxa de incidência passou de 154 para 121 casos por 100 mil habitantes.
Durante mais de três horas, o Governo e os presidentes das Câmaras de Lisboa, Sintra, Amadora, Loures e Odivelas estiveram reunidos para fazer um ponto de situação sobre a evolução da pandemia nestes territórios. Em declarações aos jornalistas no final da reunião, - acompanhada pela ministra da Saúde, Marta Temido, e pelo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, que não prestaram declarações -, Mariana Vieira da Silva ressalvou que, apesar desta tendência decrescente, é importante “consolidar” nas próximas duas semanas.
Esta segunda-feira, foram registados mais 306 novos casos de infecção por covid-19 em relação a domingo, 254 dos quais na região de Lisboa e Vale do Tejo, a zona do país onde o aumento de casos continua a ser mais significativo. “Não estamos em condições de ficar descansados em relação a esta situação. Ela ainda carece de um forte acompanhamento à semelhança do que foi feito nos últimos 14 dias”, notou a ministra, justificando assim a manutenção das medidas mais restritivas para fazer face à propagação da covid-19 nas 19 freguesias da Grande Lisboa.
Entre essas medidas mantém-se a limitação de ajuntamentos a cinco pessoas e o dever cívico de recolhimento domiciliário. Já nos restantes municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML) mantém-se também o encerramento da generalidade dos estabelecimentos comerciais às 20h, excepto restauração, super e hipermercados (até às 22h), abastecimento de combustíveis, clínicas, consultórios e veterinários, farmácias, funerárias, equipamentos desportivos. Mantém-se também a proibição de venda de álcool nas estações de serviços e os ajuntamentos limitados a dez pessoas, com excepção dos eventos de natureza cultural.
Segundo avançou ainda a ministra, ao longo destes 15 dias, as equipas multidisciplinares, que integram profissionais das equipas de saúde pública, Segurança Social e dos municípios, criadas há duas semanas, contactaram 3100 pessoas, entre pessoas infectadas e os seus contactos. “Isso permitiu garantir que fazemos hoje todos os inquéritos nas primeiras 24 horas, que há inquéritos epidemiológicos durante o fim-de-semana e que tivemos uma forte redução dos casos incontactáveis”, disse Mariana Vieira da Silva.
Ocupação de camas nos cuidados intensivos não é “preocupação"
Sobre a pressão nos hospitais dedicados ao tratamento da covid-19, como é o caso do Amadora-Sintra ou do de Loures, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, garantiu que a ocupação de camas nos cuidados intensivos não é, neste momento, uma “preocupação”.
“Estamos na ordem da metade das camas de cuidados intensivos covid-19 ocupadas. Do ponto de vista da capacidade de resposta, a situação está muito controlada. Não é neste momento uma preocupação”, sublinhou.
Quanto à fiscalização por parte das forças de segurança, a governante notou que, “em geral”, há um cumprimento das orientações. “Sempre que não existe chamamos a atenção de que estamos a falar de um crime de desobediência quando não são cumpridas as orientações”, sublinhou.
Por isso, e para já, não estão previstas medidas adicionais nesta matéria. “O mais importante é que cada um de nós seja um agente de saúde pública, respeite todas as regras, procure manter as distâncias, não participe em eventos desnecessários”, disse.
Mas deixou claro que se o Governo identificar ser necessário definir medidas mais duras, maior vigilância, não terá qualquer problema em fazê-lo.