Quinta Vale de Abraão classificada como Jardim Histórico de Portugal

Imortalizada em livro por Agustina, em filme por Manoel de Oliveira, a quinta, onde se localiza o Six Senses Douro Valley, está aberta, para já, a visitas dos hóspedes mas deverá abrir ao público em breve.

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A Quinta Vale de Abraão, onde se localiza o Six Senses Douro Valley, foi oficialmente classificada como Jardim Histórico pela Associação Portuguesa dos Jardins Históricos (AJH). A quinta, imortalizada em 1993 pelo filme de Manoel de Oliveira, é gerida pela cadeia Six Senses.

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A Quinta Vale de Abraão, onde se localiza o Six Senses Douro Valley, foi oficialmente classificada como Jardim Histórico pela Associação Portuguesa dos Jardins Históricos (AJH). A quinta, imortalizada em 1993 pelo filme de Manoel de Oliveira, é gerida pela cadeia Six Senses.

Localizada numa zona património mundial da UNESCO e na região vinícola mais antiga do mundo, “a Quinta Vale de Abraão tem uma história fascinante” de muitos séculos. “No século XVIII pertencia ao fidalgo da Casa Real António Correia Leitão da Fonseca, um antepassado da família Serpa Pimentel”, lembra em comunicado o director-geral do hotel Six Senses Douro Valley, Nick Yarnell, “ao longo de gerações de escritores, poetas, produtores de vinhos atingiu o seu estatuto icónico no panorama cultural português quando Agustina Bessa Luís publicou o seu romance Vale Abraão, em 1991, e mais tarde adaptado ao cinema”.

Um incêndio, em 1997, quase destruiu a propriedade que foi vendida pela família Serpa Pimentel dez anos depois. Em 2013, a propriedade foi comprada pela empresa Explorer Investments, ficando o Six Senses Hotels Resorts Spas com a gestão do hotel.

Segundo se refere em comunicado, na protecção de cerca de cinco hectares de floresta, onde existem 3,500 espécies botânicas, colaboram grupos de pessoas da comunidade que ajudam na limpeza dos terrenos circundantes. A empresa garante que nos anos mais recentes o solo da floresta recuperou para níveis excelentes que permitem um aumento da biodiversidade, onde se incluem colmeias, centenas de árvores de fruto ou muitos pássaros, javalis e genetas.

“Esta floresta é um raro exemplo das florestas clássicas do século XIX, tão populares nessa época. Enquanto preservamos o espírito da floresta, que inclui dez follies, uma cascata e um lago, acrescentamos também locais de descanso e de piqueniques, de maneira a que todos possam usufruir”, refere a arquitecta paisagista Joana Neto, responsável pelos jardins e floresta do hotel.

O Six Senses Douro Valley organiza visitas exclusivas aos seus jardins e a jardins que estejam integrados na Associação de Jardins Históricos de Portugal. Para já, os jardins estão disponíveis para os hóspedes, mas, confirmou a Fugas junto do hotel, deverão abrir em breve ao público, estando as datas e preços ainda por definir.

A AJH nasceu em 2003, tendo reunido proprietários de jardins históricos de Portugal. A sua presidente actual, a arquitecta Teresa Andresen, partilhou que existem jardins históricos espalhados por Portugal e, em boa parte porque este património é frágil, é difícil de preservar e valorizar. “Temos o prazer de conceder à Quinta de Vale de Abraão um selo oficial de qualidade, reconhecendo a importância histórica do seu jardim”, explicitou em comunicado, “Trabalharemos em estreita colaboração com a equipa do Six Senses Douro Valley para ajudar a proteger esta propriedade. Todos os aderentes a esta associação beneficiam da contribuição e do conhecimento de outros jardins históricos e de profissionais em áreas complementares, incluindo arquitectos paisagistas, arquitectos, historiadores de arte, engenheiros agrónomos, florestais, advogados e economistas”. 

A associação oferece um conjunto de actividades para promover e proteger o património dos associados portugueses, incluindo conferências, cursos e viagens culturais.