Frente antifascista volta às ruas no dia 25 contra o “crescimento das forças mais obscuras”

Protesto pela realização de “conferência neonazi” em Portugal e em defesa da discussão no Parlamento de petição contra a legalização de organizações “racistas ou fascistas”.

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Manifestação antifascista marcada para o próximo dia 25 LUSA/NUNO FOX

Há cerca de um mês estiveram na rua em protesto contra o presidente dos Estados Unidos que queria classificar os movimentos antifascistas como terroristas. Agora, a Frente Unitária Antifascista (FUA) promete voltar aos protestos, em Lisboa, no próximo dia 25, contra a “organização de uma nova conferência neonazi” em Portugal.

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Há cerca de um mês estiveram na rua em protesto contra o presidente dos Estados Unidos que queria classificar os movimentos antifascistas como terroristas. Agora, a Frente Unitária Antifascista (FUA) promete voltar aos protestos, em Lisboa, no próximo dia 25, contra a “organização de uma nova conferência neonazi” em Portugal.

A FUA diz representar 23 organizações nacionais e ter o apoio de 50 organizações internacionais para esta nova mobilização antifascista. Nas ruas, vão também pedir que seja discutida na Assembleia da República uma petição apresentada “no contexto da conferência neonazi de 10 de Agosto” do ano passado, embora já tenham sido ouvidos em comissão parlamentar no passado dia 7.

“Não aceitamos deixar as ruas a organizações racistas ou fascistas, sejam elas legalizadas em partido ou não legalizadas. Esta mobilização tem por objectivo denunciar não só a situação cada vez mais alarmante do crescimento da extrema-direita em Portugal, da presença de grupos criminosos e terroristas defendendo esta ideologia”, lê-se numa nota. 

O mesmo comunicado refere haver “falta de vontade política por parte do Governo, das instituições estatais e até da esquerda parlamentar em combater activamente esta problemática” que diz representar “um perigo real e crescente para o povo e os valores democráticos”.

A FUA lembra que as últimas semanas “foram palco de várias manchetes através das quais os múltiplos alertas lançados pelo movimento antifascista em Portugal vieram a ser confirmados”, recordando notícias “sobre os 37 membros da Hammerskin envolvidos em homicídios na forma tentada, redes de tráfico, detenção ilegal de um autêntico arsenal de armas e munições, discriminação racial ou ainda roubo”.

“Assistimos a reportagens e notícias sobre as ligações destes grupos ao tráfico de armas internacional, ou ainda os artigos que comprovam as denúncias que vimos fazendo sobre ligações destes grupos com milícias paramilitares neonazis estrangeiras, sobre o treino militar dos elementos destes grupos, ou também sobre as suas ligações com grupos terroristas”, salienta a FUA.

Um cenário em que, afirma, “os canais abertos têm-se dedicado à normalização do ‘estilo de vida’ de neonazis” e que “o Tribunal Constitucional permitiu a legalização e, consequentemente, eleição de um partido fascista com ligações comprovadas com estes grupos”.

“Não podemos aceitar que a conivência das nossas autoridades e dos nossos partidos parlamentares continue a legitimar estes grupos, permitindo a sua livre organização e actuação em ataque à população, aos valores democráticos e aos direitos conquistados na Constituição de Abril”, acrescenta.

A FUA refere também não aceitar “que, mais uma vez, as autoridades fechem os olhos a uma conferência a realizar nesse mesmo dia em Lisboa por movimentos radicais de extrema-direita com a cumplicidade dos partidos parlamentares, através da ausência de uma tomada de posição”.

“Voltaremos às ruas no dia 25 de Julho de 2020 para deixar claro que não deixaremos que o crescimento das forças mais obscuras que o século XXI criou, ressurja sem resposta. Estaremos na rua pela defesa da diversidade, da liberdade e da democracia contra os avanços da extrema-direita. As ruas nunca serão deixadas aos fascistas e neonazis: elas pertencerão sempre ao movimento popular”, conclui a nota.

A FUA inclui núcleos antifascistas de vários pontos do país, organizações de esquerda com diversas inspirações ideológicas, grupos antirracistas e até sindicatos, como os dos Trabalhadores de Call-Center e o de Todos Os Professores.