Uma visita à aldeia

Não se pode visitar a Aldeia do Zé Franco sem experimentar a sua principal especialidade gastronómica. Quando lá se chega, o cheirinho invade-nos imediatamente e não há forma de não perceber que o pão com chouriço está a ser feito nos fornos de lenha da padaria. Posso constatar que é, certamente, o melhor da região.

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DR/Wikipedia

Na Estrada Nacional 116, que liga Mafra à Ericeira, há um local que nos faz recuar aos tempos antigos da vida desta região e que vale a pena não perder. O fundador do local, José Franco, nasceu em 1920, precisamente há um século, e aprendeu desde cedo o ofício de oleiro, apesar dos seus pais terem outras profissões: o pai era sapateiro e a mãe vendia loiça. Foi nos anos 60 que teve a ideia de perpetuar na história a vida da aldeia do Sobreiro, criando este espaço único e tão especial para homenagear a olaria, a sua actividade principal.

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Na Estrada Nacional 116, que liga Mafra à Ericeira, há um local que nos faz recuar aos tempos antigos da vida desta região e que vale a pena não perder. O fundador do local, José Franco, nasceu em 1920, precisamente há um século, e aprendeu desde cedo o ofício de oleiro, apesar dos seus pais terem outras profissões: o pai era sapateiro e a mãe vendia loiça. Foi nos anos 60 que teve a ideia de perpetuar na história a vida da aldeia do Sobreiro, criando este espaço único e tão especial para homenagear a olaria, a sua actividade principal.

As minhas primeiras memórias deste local remontam aos tempos da infância quando, ainda na escola primária, era obrigatória a visita à Aldeia do Zé Franco. Fazia parte dos preparativos da visita levar chapéu e farnel. Recordo-me ainda do local onde comemos este farnel, a zona do parque infantil, que ainda lá se encontra.

A Aldeia do Zé Franco ergue-se actualmente dentro de uma muralha de estilo mourisco que pode ser percorrida a pé e que é de construção posterior. Este é um local onde podemos admirar réplicas em tamanho real de casas e lojas que retratam as principais profissões dos anos 50 e 60 desta região, desde a casa do padeiro, do alfaiate e até do sapateiro. Mas podemos também visitar a adega e a escola, esta decorada com as carteiras à antiga, como as que vemos nos filmes do Oeste americano. Todos estes espaços são visitáveis e estão decorados com peças e objectos originais.

Há ainda uma outra zona de miniaturas animadas, que replica uma aldeia inteira com a sua rotina do dia-a-dia, acompanhada de música tradicional e atravessada até por um pequeno riacho. Nesta aldeia em miniatura, uma mulher tira água do poço, o burro puxa a mó, num número de voltas infindáveis, e as casas brancas avivadas a azul surgem aqui e ali na pequena paisagem.

Claro está que não se pode visitar a Aldeia do Zé Franco sem experimentar a sua principal especialidade gastronómica. Quando lá se chega, o cheirinho invade-nos imediatamente e não há forma de não perceber que o pão com chouriço está a ser feito nos fornos de lenha da padaria. Posso constatar que é, certamente, o melhor da região. Pode acompanhar-se com vinhos vários, ou outras bebidas à escolha. No local há ainda outras zonas de restauração e lojas onde se podem adquirir peças de artesanato.

A beleza deste local está muito relacionada com a sua simplicidade e realismo. Uma ideia simples que tomou forma e que nos permite andar pelo meio da história, sem precisar de recorrer aos manuais. Acima de tudo, nós, que pertencemos à geração da tecnologia, podemos ver ao vivo, nesta aldeia, os instrumentos e objectos utilizados em diversas profissões, no passado.

A Aldeia do Zé Franco é o local ideal para visitar em família, depois de uma visita cultural ao Palácio Nacional de Mafra, ou para rematar um bom dia de praia.