1. Passou quase despercebida por cá uma carta aberta assinada por uma grande variedade de intelectuais (153) chamando a atenção para os riscos da chamada “cancel culture” – é difícil de traduzir em português, a não ser, talvez, pela ideia do “politicamente correcto”. Chama-se “Uma Carta sobre Justiça e Debate Aberto”, foi publicada originalmente na Harper's Magazine e reproduzida em jornais europeus como o Monde. É um texto curto e sóbrio, sem afirmações grandiloquentes e definitivas, pretendendo apenas ser um alerta. Fala dos “poderosos protestos pela justiça racial e social”, que reivindicam “mais igualdade e inclusão nas nossas sociedades”, mas também de um efeito secundário indesejável, que se manifesta por “um conjunto de atitudes morais e compromissos políticos que tendem a enfraquecer as normas do debate aberto e a tolerância das diferenças a favor da conformidade ideológica”.
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1. Passou quase despercebida por cá uma carta aberta assinada por uma grande variedade de intelectuais (153) chamando a atenção para os riscos da chamada “cancel culture” – é difícil de traduzir em português, a não ser, talvez, pela ideia do “politicamente correcto”. Chama-se “Uma Carta sobre Justiça e Debate Aberto”, foi publicada originalmente na Harper's Magazine e reproduzida em jornais europeus como o Monde. É um texto curto e sóbrio, sem afirmações grandiloquentes e definitivas, pretendendo apenas ser um alerta. Fala dos “poderosos protestos pela justiça racial e social”, que reivindicam “mais igualdade e inclusão nas nossas sociedades”, mas também de um efeito secundário indesejável, que se manifesta por “um conjunto de atitudes morais e compromissos políticos que tendem a enfraquecer as normas do debate aberto e a tolerância das diferenças a favor da conformidade ideológica”.