Em tribunal, Johnny Depp afirma que a ex-mulher é sociopata e calculista

Os primeiros três dias de julgamento no caso que opõe Johnny Depp ao jornal britânico The Sun revelaram mais acusações do actor à ex-mulher, Amber Heard, que tem marcado presença no tribunal.

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Johnny Depp processou o jornal The Sun por difamação LUSA/FACUNDO ARRIZABALAGA

O actor Johnny Depp processou a editora News Group Newspapers (NGN) por difamação depois de um artigo que o jornal The Sun, a ela pertencente, publicou em 2018, onde o apelidava de “agressor da mulher”. Ao terceiro dia de audições, os testemunhos focam-se na relação tóxica de Depp com a ex-mulher Amber Heard.

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O actor Johnny Depp processou a editora News Group Newspapers (NGN) por difamação depois de um artigo que o jornal The Sun, a ela pertencente, publicou em 2018, onde o apelidava de “agressor da mulher”. Ao terceiro dia de audições, os testemunhos focam-se na relação tóxica de Depp com a ex-mulher Amber Heard.

Recorde-se que no primeiro dia de audiência, a estrela de Hollywood já tinha prestado depoimento, negando qualquer tipo de agressão física para com a ex-companheira. Contrariamente ao que o jornal The Sun alega, a defesa de Depp atesta que era ela a agressora, tendo numa ocasião cortado parte de um dedo do actor com uma garrafa partida. O actor diz que a ex-mulher é uma “sociopata” e uma “calculista”.

O julgamento, que tem a duração prevista de três semanas, tem agora como foco as acusações mútuas que Depp e Heard fazem sobre a alegada violência cometida um sobre o outro durante o período em que tiveram uma relação — de 2011 a 2016. Entre os episódios de agressão, dos quais Depp é acusado, contam-se puxões de cabelo e cabeçadas, que resultaram em escoriações na cara de Heard e numa fractura no nariz.

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A actriz e ex-mulher do actor de "Piratas das Caraíbas" à saída do tribunal londrino Reuters

O jornal The Sun e a editora NGN baseiam a sua defesa em relatos de Heard, incluíndo uma “situação de sequestro” que durou três dias numa casa arrendada na Austrália. O actor confirma que essa casa ficou destruída, com estragos no chão e nos sofás, e que “houve bastante sangue”. Confessa ainda que também contribuiu para que isso acontecesse, mas coloca a maior parte da culpa em Heard . “A Amber alega que durante estes três dias eu a subjuguei a uma variedade daquilo que parece ser tortura e outro tipo de abuso”, disse Depp no tribunal, acrescentando que “estas alegações doentias são completamente falsas”.

Por sua vez, Johnny Depp diz que foi alvo de agressões físicas e verbais por parte da ex-mulher e que numa ocasião Heard “ou, possivelmente uma das suas amigas, defecou na [sua] cama”. O actor recorda que numa viagem num avião privado em 2014 ou 2015, a ex-companheira se tornou verbalmente agressiva e, posteriormente, partiu para a violência física, esmurrando-o repetidamente na cara. Durante a audiência, Depp referiu ainda que Amber Heard o “menosprezava constantemente”, apelidando-o de “mau pai”, de “ser um bebé” e um “velho gordo”.

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O actor à chegada no terceiro dia de audições, em Londres Reuters

Histórias inventadas

A advogada da NGN e do The Sun questionou Depp sobre a sua dependência do álcool e estupefacientes, salientando que Heard o apelidou de “monstro” quando ele estava sob a influência dos mesmos. O actor revelou que começou a consumir drogas aos 11 anos, porque “era a única forma que tinha de acalmar a dor” devido à instabilidade vivida na altura, e afirmou que a ex-mulher também consumia.

O advogado de Depp diz que este não é um caso sobre dinheiro, mas sim sobre a reivindicação da reputação do protagonista de Piratas das Caraíbas, uma vez que, de acordo com o processo de acusação, Heard “inventou estas histórias de violência grave”. Na passada quinta-feira, o porta-voz da actriz emitiu um comunicado onde dizia que Heard, que está a tentar ultrapassar a sua relação com Depp, vê-se agora “arrastada para o tribunal para apresentar provas de alguns do momentos mais perturbadores da sua vida”.

Está previsto o julgamento prolongar-se por mais duas semanas, sendo eventualmente ouvidas duas ex-companheiras de Johnny Depp, Winona Ryder e Vanessa Paradis, para testemunharem sobre as respectivas relações. Estima-se que este caso chegue aos milhões de libras só em honorários dos advogados. 

Texto editado por Bárbara Wong