Festival de Música da Póvoa de Varzim com menos público mas com transmissão na internet
Segundo o vereador com o pelouro da Cultura na autarquia poveira, “era necessário que acontecesse com a mesma qualidade, mesmo com as limitações provocadas pela pandemia”.
A edição deste ano do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, distrito do Porto, vai realizar-se com menos lugares disponíveis para o público, mas com transmissão de todos os concertos através de plataformas, gratuitas, na internet.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A edição deste ano do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, distrito do Porto, vai realizar-se com menos lugares disponíveis para o público, mas com transmissão de todos os concertos através de plataformas, gratuitas, na internet.
Este certame de música erudita, que ser realiza de forma ininterrupta na cidade poveira há 42 anos, ficou agendado de 09 a 24 de Setembro e, apesar de reduzir a número de actividades, para se adaptar às contingências da pandemia de covid-19, quis manter a sua abrangência, com um programa variado de artistas nacionais e estrangeiros.
“Foi uma luta diária para manter a realização do festival, mas fruto da história, do carinho e respeito que todos os músicos têm por este festival conseguimos organizá-lo, e com uma importante parceira com a RTP, que vai permitir a transmissão de todos os concertos na internet, através de streaming, e alguns na televisão”, explicou o director artístico do festival, Raúl da Costa.
O responsável lembrou que a garantia dessa transmissão nas plataformas digitais da televisão pública “é uma salvaguarda para a realização do evento”, caso surjam novas restrições relacionadas com a pandemia, considerando que é “fundamental manter a cultura nesta fase”.
“Também eu sou um artista português e sei nunca é de mais, especialmente nestes tempos, levar a cultura ao público e ajudar os artistas. Todos merecemos ser ouvidos neste momento, e os artistas não devem ser retirados dos seus meios de expressão”, afirmou Raúl da Costa.
O director artístico prometeu um festival “com vários géneros de comunicação musical através de concertos emocionais ligados aos tempos actuais”, e com regras de segurança para quem estiver na plateia.
“Vamos seguir as regras impostas pela legislação. Com uso obrigatório de máscara, limpeza dos espaços e um apelo para que quem não se sinta bem que não venha aos espectáculos. Haverá uma distância de segurança nos lugares para o público e nos concertos nas igrejas vamos usar as mesmas regras das actividades religiosas”, explicou o responsável.
O programa desta 42.ª edição do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim arranca a 09 de Setembro, com uma conferência do musicólogo Rui Vieira Nery, com o tema “Amália Rodrigues: O Fado no Mundo e o Mundo do Fado”, no ano em que se assinala o centenário da fadista.
O concerto de abertura, a 10 de Setembro, terá o agrupamento musical Divino Sospiro, juntamente com a soprano Raquel Camarinha e o contratenor Andreas Scholl, a interpretar a obra “Stabat Mater”, de Giovanni Pergolesi.
Merecem, ainda, destaque no programa a actuação do pianista Kirill Gerstein, que vai interpretar obras de Claude Debussy e Franz Liszt, e o concerto do agrupamento vocal Ex-Hilliard Ensemble, que com Christoph Poppen ao violino, vai interpretar “Morimour”, de Bach.
O festival encerra a 24 de Setembro, com uma actuação do agrupamento barroco Kolner Akademie, acompanhado por Albrecht Mayer ao oboé, que apresentará obras de Vivaldi, Bach e Marcello.
O Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, organizado pela câmara municipal local, manteve o apoio financeiro da Direcção-Geral das Artes e da Secretaria de Estado do Turismo.
Segundo o vereador com o pelouro da Cultura na autarquia poveira, “era necessário que acontecesse com a mesma qualidade, mesmo com as limitações provocadas pela pandemia”.
“Temos a preocupação que a Cultura continue acontecer na Póvoa de Varzim. É essencial para o público, para os artistas a manter a sua actividade profissional, e também para movimentar pessoas na cidade e ajudar a economia local”, disse o vereador Luís Diamantino.
O autarca considerou que “é mais importante os eventos acontecerem, dentro das regras de segurança, do que o Estado injectar dinheiro para as coisas não funcionarem”, garantindo que o município vai, também, realizar a habitual feira do livro, entre 31 de Julho e 15 de Agosto.
“Já me reuni com os livreiros e todos ficaram muito satisfeitos. Sabemos que esta feira do livro será um “oásis” no plano nacional, mas temos um plano de contingência aprovado pela DGS e vamos realizar o evento com todos os cuidados e sem animação para evitar ajuntamentos”, explicou Luís Diamantino.