António Horta Osório anuncia saída do Lloyds Bank

A saída do presidente executivo acontece após terminar o terceiro plano estratégico para o período entre 2018 e 2020.

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António Horta Osório vai concluir a implementação do plano estratégico apresentado em 2018 DRO DANIEL ROCHA

Com quase um ano de antecedência, de forma a permitir uma “transição suave”, António Horta Osório anunciou esta segunda-feira a sua saída do Lloyds Bank. O banqueiro português afirma a intenção de deixar o cargo de presidente executivo (CEO) do banco britânico em 2021. Será depois da apresentação de resultados e fechando um ciclo de quase dez anos. 

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Com quase um ano de antecedência, de forma a permitir uma “transição suave”, António Horta Osório anunciou esta segunda-feira a sua saída do Lloyds Bank. O banqueiro português afirma a intenção de deixar o cargo de presidente executivo (CEO) do banco britânico em 2021. Será depois da apresentação de resultados e fechando um ciclo de quase dez anos. 

Numa nota de imprensa, o Lloyds Banking Group realça que António Horta Osório entende que “as pessoas não se devem perpetuar nos cargos, para benefício das instituições e dos próprios”. “Horta Osório decidiu deixar o cargo de CEO do Lloyds em 2021 após uma década de enorme importância para o maior banco de Inglaterra e altamente desafiante para o gestor”, adianta.

Horta Osório assumiu o leme do Lloyds em Março de 2011, a convite do Governo inglês e do então ministro das Finanças George Osborne, para liderar o turnaround do banco na sequência da aquisição pelo Lloyds do HBOS, e dos efeitos da crise financeira, que implicara a entrada do Estado no capital do banco, com 39% do capital.

Em Fevereiro de 2015, o Lloyds registou lucros pela primeira vez em sete anos e voltou a pagar dividendos aos accionistas. Em 2017, regressou à esfera privada, com lucro para o Estado britânico. Seis anos depois da entrada de Horta Osório no banco, o Lloyds devolveu na totalidade os 21 mil milhões de libras dos contribuintes ao Estado, e ainda 900 milhões de libras adicionais. Houve então títulos a chamar-lhe “Mourinho da banca”.

Num comunicado enviado às redacções, Horta Osório refere que “foi um honra fazer parte da transformação de grande parte das áreas de negócio” do Lloyds. “Sei que, quando deixar o cargo de CEO do grupo no próximo ano, o banco terá a força estratégica, financeira e de gestão necessária para continuar a reforçar a sua posição de liderança no mercado”, refere, no comunicado. “Foi um enorme privilégio ter contado com o apoio de uma equipa extraordinária, tanto no conselho de administração como no conselho executivo, com a qual vou continuar a contar até terminarmos a implementação do nosso plano estratégico, contribuindo para transformar o grupo no banco do futuro”, acrescenta a nota.

A saída do presidente executivo acontece após terminar o terceiro plano estratégico para o período 2018 - 2020, “que tinha como principais objectivos preparar o banco para um mundo digital e contribuir para a transição do Reino Unido” para uma economia ambientalmente sustentável.

“Ao longo dos próximos 12 meses, Horta Osório vai concluir a implementação do plano estratégico apresentado em 2018, continuar a liderar a resposta do banco aos enormes desafios colocados pelas consequências económicas da pandemia e assegurar a transição da liderança da instituição de uma forma tranquila e organizada”, adianta a nota. Além disso, manterá as funções não executivas que já ocupa actualmente em Portugal, na Fundação Champalimaud e na Sociedade Francisco Manuel dos Santos.

Também numa citação, o chairman do Lloyds, Lord Blackwell, diz querer aproveitar esta oportunidade para homenagear a “extraordinária contribuição do António Horta Osório, ao longo da última década, primeiro liderando o turnaround e, depois, o desenvolvimento estratégico do grupo”.