A pandemia trouxe-nos “fechamento” e “medo em relação ao outro”

Maria João Valente Rosa, demógrafa, está preocupada com as desigualdades que se acentuam na escola e não entende como não se aproveitam os layoffs para dar mais formação aos trabalhadores. Alerta para fenómenos como “o ressurgimento de sentimentos nacionalistas ou regionalistas”

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Nuno Ferreira Santos

A demógrafa e socióloga Maria João Valente Rosa tem trabalhado as questões do envelhecimento na sociedade portuguesa. Nesta entrevista onde analisa a situação actual, a professora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e autora do ensaio que acaba de sair Um tempo sem idades (Tinta-da-china), sublinha que com a pandemia “o futuro aterrou de forma rápida no presente”, e ficámos “um bocadinho perdidos”. Alerta para os riscos de fechamento que a pandemia trouxe, como “o ressurgimento de sentimentos nacionalistas ou regionalistas”. Nota excessivo foco com o presente, não vê serem desenhadas estratégias para o futuro e isso preocupa-a. Espanta-se que ninguém, empresas e Governo, tenha apostado na formação dos trabalhadores durante o seu layoff. E está preocupada com o efeito nas crianças: “A escola não está a chegar aos que mais precisavam”, afirma.

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A demógrafa e socióloga Maria João Valente Rosa tem trabalhado as questões do envelhecimento na sociedade portuguesa. Nesta entrevista onde analisa a situação actual, a professora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e autora do ensaio que acaba de sair Um tempo sem idades (Tinta-da-china), sublinha que com a pandemia “o futuro aterrou de forma rápida no presente”, e ficámos “um bocadinho perdidos”. Alerta para os riscos de fechamento que a pandemia trouxe, como “o ressurgimento de sentimentos nacionalistas ou regionalistas”. Nota excessivo foco com o presente, não vê serem desenhadas estratégias para o futuro e isso preocupa-a. Espanta-se que ninguém, empresas e Governo, tenha apostado na formação dos trabalhadores durante o seu layoff. E está preocupada com o efeito nas crianças: “A escola não está a chegar aos que mais precisavam”, afirma.