Medina: “Disse rigorosamente o que era para ser dito”
Autarca de Lisboa afirma que não queria atingir o Governo com as suas palavras e diz que não se distrai “com floreados e politiquices”.
Fernando Medina diz ter ficado surpreendido com as reacções às suas declarações sobre a forma como a pandemia está a ser gerida na região de Lisboa e afirma que não queria visar o Governo, mas apenas as chefias que coordenam a actuação no terreno. “Sou cuidadoso com as palavras, disse rigorosamente o que era para ser dito”, defendeu o autarca durante a reunião pública da Câmara de Lisboa esta quinta-feira.
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Fernando Medina diz ter ficado surpreendido com as reacções às suas declarações sobre a forma como a pandemia está a ser gerida na região de Lisboa e afirma que não queria visar o Governo, mas apenas as chefias que coordenam a actuação no terreno. “Sou cuidadoso com as palavras, disse rigorosamente o que era para ser dito”, defendeu o autarca durante a reunião pública da Câmara de Lisboa esta quinta-feira.
Interpelado por Assunção Cristas (CDS) e João Pedro Costa (PSD), o presidente garantiu que “há uma convergência total entre Governo e Câmara de Lisboa e com todas as câmaras da Área Metropolitana de Lisboa”, mas que isso não o “inibe da utilização da palavra”.
“O conteúdo daquilo que eu proferi foi exactamente este. Há um trabalho que é urgente: testar, essa pessoa ser rapidamente informada do resultado, serem rastreados os contactos e que seja rapidamente assegurado que há condições para que o confinamento seja cumprido”, disse. “Se nós temos mesmo de fazer isto rapidamente, então temos de suprir as falhas que estão a impedir, na região de Lisboa e Vale do Tejo, que isto aconteça rapidamente e com eficácia”.
O autarca, que despendeu mais de 20 minutos nas explicações, disse que “não é a mesma coisa termos um teste realizado em que o resultado sai em 24 horas ou termos um teste em que o resultado vem quatro dias depois” e que, por isso, é preciso “ter os recursos no terreno”. “Sabemos quanto é importante haver boas chefias nos sítios certos”, afirmou.
“As chefias são nomeadas pelos políticos. Se há poucos funcionários, as responsabilidades não são dos funcionários mas dos políticos”, argumentara já o vereador João Pedro Costa, do PSD, considerando “inoportuno” o pronunciamento de Medina na TVI24. “Eu não sei se isto não se resolvia com um telefonema para a senhora ministra”, comentou.
Já antes, Assunção Cristas, do CDS, tinha-se mostrado “um bocadinho espantada” com as palavras do autarca. “Nestas reuniões tenho-o ouvido sempre a secundar a DGS e o Governo. Espero que tenha chegado já à conclusão de que é preciso fazermos mais e melhor”, afirmou.
Na resposta, Medina disse que conhece o peso da sua palavra e os efeitos que provoca. “Vi muito ruído sobre as minhas declarações, mas vi muito pouca discordância sobre a substância das minhas declarações. Aquilo que quis transmitir foi um sentimento de urgência. Aqueles que se preocupam muito com os floreados e as politiquices, isso a mim preocupa-me zero e distrai-me zero.”