Mais de 70% dos russos concordam que Putin governe até 2036
Se quiser e puder, o Presidente russo pode manter-se no poder até 2036, ano em que terá 83 anos, ultrapassando Estaline e tornando-se o líder que mais tempo se manteve no poder desde a era imperial.
O Presidente russo, Vladimir Putin, saiu vencedor do referendo às reformas constitucionais que lhe vão permitir manter-se no poder até 2036. Os votos ainda estão a ser contados, mas, até ao momento, 72% dos eleitores votaram “sim” na consulta popular.
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O Presidente russo, Vladimir Putin, saiu vencedor do referendo às reformas constitucionais que lhe vão permitir manter-se no poder até 2036. Os votos ainda estão a ser contados, mas, até ao momento, 72% dos eleitores votaram “sim” na consulta popular.
A participação ultrapassou os 60% e em algumas regiões chegou mesmo a ser superior a 90%. A organização não-governamental Golos, que se dedica a monitorizar actos eleitorais na Rússia, disse ter recebido centenas de queixas, incluindo de casos em que um eleitor votou mais que uma vez e de patrões a pressionarem os trabalhadores para que votassem a favor das reformas.
A vitória nas urnas significa que Putin, que cumpre o segundo mandato consecutivo como Presidente, o limite constitucional, mas o quarto no total desde o ano 2000, pode manter-se no poder até 2036, quando tiver 83 anos, superando Estaline. E dá-lhe novos poderes para dissolver o Parlamento e influenciar o sistema judicial.
As reformas também vão consagrar o ultra-conservadorismo e o nacionalismo russo na lei fundamental, proibindo a secessão de territórios, por exemplo.
A consulta popular foi uma exigência de Putin, para reforçar a sua legitimidade no palco internacional, depois de o Parlamento e o Tribunal Constitucional terem dado luz verde às reformas. A vitória já era dada quase como certa e, em contexto de pandemia de covid-19, as mesas de voto mantiveram-se abertas por uma semana, para evitar filas de espera que favorecessem o contágio.
O referendo esteve inicialmente agendado para 22 de Abril, mas foi adiado devido à covid-19. A Rússia é o terceiro país com mais casos da doença no mundo, tendo-se registado mais de 653 mil e mais de nove mil mortes, de acordo com a contagem da americana Universidade Johns Hopkins.