ARS-Norte confirma foco de covid-19 em fábrica de conservas de Vila do Conde
Autoridades de saúde estão a acompanhar situação na Gencoal, em Caxinas, onde há alguns casos de infecção confirmados.
Várias operárias da fábrica de conservas da Gencoal, S.A, em Caxinas, Vila do Conde, foram, nos últimos dias, diagnosticadas com covid-19. O PÚBLICO não conseguiu, até agora, obter informação da administração da empresa, mas a ARS-Norte confirma que o delegado de saúde local já está a acompanhar a situação de perto, em articulação com a autoridade de saúde regional.
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Várias operárias da fábrica de conservas da Gencoal, S.A, em Caxinas, Vila do Conde, foram, nos últimos dias, diagnosticadas com covid-19. O PÚBLICO não conseguiu, até agora, obter informação da administração da empresa, mas a ARS-Norte confirma que o delegado de saúde local já está a acompanhar a situação de perto, em articulação com a autoridade de saúde regional.
A câmara de Vila do Conde não tinha, ao início da tarde desta quarta-feira, muito mais informação sobre este foco de infecções num concelho que não registava casos de covid-19 desde meados de Junho. Aliás, o site da Direcção Geral de Saúde reporta a informação local a 23 de Junho, indicando ainda um número de 297 casos que não incluem os que foram entretanto detectados nesta unidade fabril e que, segundo uma fonte, não seriam mais de três.
Contudo, uma outra trabalhadora garantiu ao PÚBLICO ter conhecimento de seis casos confirmados, na manhã desta quarta-feira, que passaram a ser oito, à tarde, afectando seis mulheres e dois homens, um deles já com alguma idade. E, adiantou, ainda se aguardam os resultados a testes feitos a pessoas que estiveram em contacto mais próximo com estas pessoas.
A situação está a provocar uma natural preocupação entre as operárias da empresa, que se mantêm a laborar. As pessoas infectadas já não estão ao serviço mas uma outra explicou ao PÚBLICO que, mesmo com os cuidados de higiene e separação de postos de trabalho decorrentes da aplicação do plano de contingência, a sensação de risco é muito grande. Mais ainda, nota, quando não houve, até agora, testes a todas as pessoas que frequentam as instalações e as infecções já deixaram de estar circunscritas à secção onde, pelo que lhes foi dito, terão ocorrido os primeiros casos.
Instalada há décadas numa das maiores comunidades piscatórias do país, uma zona densamente povoada da cidade de Vila do Conde, a Gencoal tem, desde que foi adquirida por accionistas italianos, na década passada, aumentado a sua capacidade de produção - essencialmente conservas de cavala e salmão, quase toda para exportação. O número de operárias também foi aumentando mas o PÚBLICO não conseguiu, até ao momento, confirmar com a empresa quer estes dados, quer as medidas que tem tomado para debelar este problema desde que ele foi detectado.
Em Caxinas, há dias que corria de boca em boca a informação de que o coronavírus entrara nesta fábrica mas ninguém tem uma informação concreta, e credível, sobre a situação. E não tendo sido, até agora, emitidos pelas autoridades quaisquer alertas ou apelos a um redobrar de atenção e cuidado por parte dos habitantes da localidade que possam ter tido contacto com quem ali trabalha, a vida decorre normalmente, dentro dos condicionalismos a que as pessoas, as empresas e o comércio local estão sujeitas.
O próprio município não tinha ainda, esta quarta-feira, dados sobre o número de funcionários da Gencoal infectados mas já estava em contacto próximo com a delegação de saúde e com a administração da empresa. Fonte da autarquia explicou que a presidente de Câmara, Elisa Ferraz, já mostrou disponibilidade para intervir – com apoio social, por exemplo – caso seja necessário, para conter este foco de covid-19.